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O Orador: — Eu correspondo a tanta gentileza da parte de V. Ex.a, dizendo--Ihe que não só eu, mas a comissão toda, entendeu tam absolutamente falha de qualquer fundamento semelhante porcaria de referência, que V. Ex.a era admitido amanhã, de braços abertos, na comissão, a trabalhar conjuntamente connosco.

O Sr. Júlio Martins: — Mas ficava o diz-se!...

O Sr. Cunha Liai: — j A opinião .da comissão vale muito para mim,"~mas mais vale a opinião do meu País!

O Orador: —

O Sr. Cunha Liai: — Queria que me ouvissem! Queria que há três meses não houvesse um português em Portugal qne duvidasse de que o Sr. Cunha Liai tinha tido três vagões de açúcar à 'sua disposição, sem estar metido na cadeia.

Primeiro responderei como Deputado, se o Parlamento se constituir em tribunal, mas depois, lá fora, exigirei como homem, satisfações à minha honra.

Nós, quando nomeámos a comissão de inquérito, entregámos-lhe a nossa honra, e V. Ex.as não a souberam salvaguardar bem.

O Orador: — No Porto é que este in quérito devia correr. Ele veio relativaa mente há muito pouco tempo. V. Es. não'poderia, pois, ter outro desejo mais santo, para salvaguardar a sua dignidade, do que o atestado que era passado pela comissão.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — j Então V. Bx.a não tinha o direito de vir para aqui com isso!

Vozes: — Ora essa!

O Orador: —

O Sr. Júlio Martins: —i Mas V. Ex.a devia dizer o que disse mais cedo!

O Orador: — ;E há muita gente que dirá que ainda agora ó cedo de mais! •.

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Aboim Inglês: — j Já avançámos muito para não sabermos tudo!

Vozes: — Queremos saber tudo, tudo l

O Orador: — Outra acusação que há é contra o Sr. João Pinheiro.

Sr. Presidente: o Sr. João Pinheiro ó acusado de ter mandado lavrar o despacho verbal para o crédito dos 580 contos a favor da firma Rosa Cabral, Limitada, porém, nega o facto.

E igualmente acusado de ter assinado um decreto feito pela moagem; porêmj nega igualmente este facto e o chefe da Repartição continua a afirmar que o Sr. director geral não podia deixar de fazer o despacho.

Felizmente, Sr. Presidente, a firma Rosa Cabral, Limitada, entregou os objectos, e foi esta firma, conforme já disse a V. Ex.as, que mais tarde, isto é, na ocasião da liquidação, disse que lhe era indiferente que a liquidação se não fizesse por isso que já tinha recebido o dinheiro.

Já tive também ocasião de dizer à Câmara como só foz a distribuição dossa farinha vinda pelo vapor Dondo, e que foi à guarda republicana a $51, à Manutenção Militar a $43, a-vários particulares a $38 e à Companhia Nacional de Moagens a $27.

Creio, pois, que a Câmara já está suficientemente elucidada sobre este assunto.

O Sr. Júlio Martins:—V. Ex-.a falou .ainda agora num advogado, haverá mais algum.

E necessário que venha tudo ao Parlamento.

O Orador: — Eu devo dizer que o Sr. António Fonseca interveio no assunto como advogado da Companhia Esperança.

O Sr. António Fonseca : —Eu vou declarar à Câmara que intervim no assunto apenas para que o processo fôss,e enviado para o tribunal das, transgressões, pois que era a única maneira que tinha de exercer a minha função.