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Sessão de 28 de Abril de Í02Ò

O Deputado interveio, segundo consta em todos os depoimentos, para que o despacho fosse dado.

Esse Deputado foi o Sr. Estêvão Pi-mentel.

Em seguida, levando o processo debaixo do braço, o Sr. Estêvão Pimentel dirigiu-se ao Ministro que lavrou o despacho mandando levantar a apreensão, excepto naquela farinha que tinha sido apreendida no armazém que a vendia para Lisboa.

No seu depoimento o Sr. Ministro diz — como o tinha dito já numa carta—que aparecera perante si um Deputado, doublé de advogado e possivelmente de comerciante, a exigir que o despacho não fosse mantido porque o resto da moagem era prejudicado.

Esse Deputado, que para penetrar com mais facilidade no gabinete do Ministro apresentara o seu cartão, mostrou-se como advogado na questão ...

Não tendo conseguido o despacho, por fim ameaça o Ministro dum castigo imediato, duma campanha na imprensa. . .

O Sr. Júlio Martins:--Quem é esse. Deputado ?

O Orador: — O Sr. Nuno Simões. O Sr. Júlio Martins: — Foi ouvido?

O Orador: — Foi chamado ou será. V. Ex.a já tem dito que achava interessante a discussão na Câmara.

A comissão parlamentar encarregada de organizar os processos, se tivesse os elementos todos, completaria a prova. E então traria perante a Câmara, em sessão plena ou em tribunal, os processos devidamente instruídos.

Mas há mais ainda: cousa de carácter gravíssimo,

O Sr. Júlio Martins: —V. Ex.a, quanto-ao primeiro caso da Figueira, não citou o nome do Deputado.

O Orador: — É um Deputado de nome Marinha, Ainda não foi ouvido e só ali constou a irregularidade há quatro dias.

V. Ex.as provocam-me a dizer os nomes.

Defino o meu procedimento. Deve constituir-se o tribunal © mais nada»

Í9

O Sr. Sousa Varela: — Foi bom esse esclarecimento.

O Orador: — Outro é o Sr. Deputado Orlando Marcai. Tem acusações graves na comissão.

Essas acusações podem dizer-se referentes à delegação do norte.

Em virtude dessas queixas foi nomeado um sindicante; o Sr. capitão Pala.

Pouco depois recebeu o presidente da comissão de inquérito ao Ministério dos Abastecimentos uma acusação contra o sindicante.

Pouco depois chegava ao meu poder, por intermédio do Sr. Deputado e meu amigo Jorge Nunes, uma queixa do Sr. Mourão do Norte contra o Sr. capitão Pala.

Essa queixa íundaya-se em duas cartas, depoimentos absolutamente semelhantes, de dois comerciantes que pretenderam obter o açúcar.

Isto foi ao tempo de ser Ministro dos Abastecimentos o Sr. Lima Alves.

Diz se, à volta desse açúcar, que o Sr. Ministro, em primitivo despacho, determinara que fosse entregue à delegação para fazer a distribuição e que os comerciantes queriam quê lhes fosse entregue directamente para comerciarem; à volta disso, diz-se nesses dois depoimentos confirmados por cartas, que se ofereceram três vagões de açúcar que o Sr. Cunha Liai tinha à sua disposição.

0 Sr. Cunha Liai:—V. Ex.a dá-me licença?

Eu sabia, porque essas cousas transpiram, que havia um documento contra rnim, e porque o sabia é que eu gritei aqni que queria que tudo se esclarecesse e tudo viesse a lume. (Apoiados).

A honra dum homem vale para algumas criaturas tanto, que esses homens? que disseram que ornaram dizer que o Sr. Cunha Liai tinha à sua disposição três vagões de açúcar, até hoje não se deram pressa em provar essa -acusação.

1 Tem de se apurar toda a verdade l E aqueles que não souberam salvaguardar a honra de cada um de nós, que lha entregámos nas suas mãos, hão-de responder porante mim, pelo menos, por esse facto. (Apoiados),