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Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Presidente í — O Sr. Presidente do Ministério declarou-me que não podia comparecer, por ter de ir à Legação de

Inglaterra.

O Orador : — Sr. Presidente : o assunto que desejava tratar é da maior gravidade e diz respeito a afirmações, a boatos e a factos que a alguns meses a esta parte vêm sendo relatados acerca da guarda republicana e são motivo, por agora, apenas de apaixonados comentários mas que podem dar azo a perturbações políticas que nos cumpre evitar.

Conta-se que na guarda republicana se fazem perseguições sistemáticas a oficiais republicanos, fazendo-se a escolha de no-' vos oficiais conforme as suas opiniões políticas.

Consta que lá se passam bilhetes de livre trânsito a civis, o que vem introduzir na nossa máquina política uma entidade nova da qual podem vir a resultar perturbações políticas e sociais que são conhecidas, visto que j á autoridades nossas caíram nesse ôrro, que teve consequências tam graves que de modo Rénhum é lícito reincidir na mesma prática.

Vê V. Ex.% Sr. Presidente, como são graves os factos a que me quero referir e que podia exemplificar com o que se passou com o alferes Sr. .Ribeiro dos Santos.

São acontecimentos graves perante os quais o G-ovêrno tem de tomar medidas imediatas ; primeiro, vendo se são verdadeiros os íactos, e não o sendo, tratando-se de simples boatos, opor-lhes o mais terminante desmentido para evitar que nos meios políticos eles sejam deturpados e se dêem sobressaltos prejudiciais à nossa vida social.

Peço pois ao Sr. Ministro das Finanças o favor de transmitir estas minhas considerações ao Sr. Presidente do Ministério, aguardando eu que S. Ex.a tome imediatamente providências no sentido das considerações que acabo de fazer à Câmara.

Tenho dito.

O orador não reviu,

O Sr. Ministro das Finanças (Pina Lo-pés): — Sr. Presidente: em resposta às nonsiderações do Sr. João Camoesas, tenho a dizer que cumprirei o dever de as

transmitir ao Sr. Presidente do Ministério, e que S. Ex.a, cuja austeridade e rectidão são bem conhecidas, procurará tomar as mais enérgicas providências, no caso de serem verdadeiros os factos apontados por aquele Sr. Deputado.

Tenho dito.

O orador não reviu.

OKDEM DO MA

O Sr. Presidente :—Vai passar-se à ordem do dia.

Os Srs. Deputados que tiverem documentos para mandar para a Mesa podem fazê-lo.

O Si. Velhinho Correia: — Sr. Presidente : vou continuar as considerações que ontorn comecei nesta Câmara a propósito da discussãx)- da proposta sobre lucreis de guerra.

Devo hoje começar por dizer, sem que isto signifique censura para a Mesa, que me admirou que a moção que ontom mandei para a Mesa não fôsse fornecida à imprensa.

Os jornais de hoje fazem referência ac facto o não sei a que atribuir o caso.

O Sr. Presidente: — O facto é devido e não ter ainda sido admitida a moção da V. Ex.s

O Orador: — Nada tenho a dizer visto a explicação de V. Ex.a

Posto isto, entro na matéria propriamente, mas devo dizer com toda a franqueza que esta discussão tem corrido duma maneira elevada, e tem nobilitado o Parlamento.

O Parlamento tem-se interessado como não podia deixar de ser por esta proposta, e por todas as propostas tendentes a aumento de impostos e revisão do nosso sistema tributário.

Devo declarar com toda a lialdade que com cada uni dos oradores que têm in-tervklo nesta discussão eu tenho aprendido alguma cousa, visto que todos eles têm trazido matéria nova ao debate que tem sido mantido num nível elevado.