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houve a fiscalização do Estado para impedir que esse vandalismo se cometesse, o nesta Câmara, onde a questão tem sido levantada por mais duma vez, nem eu nem ninguém ainda teve a coragem de apresentar um projecto pelo qual essas águas fossem parar às mãos do Estado ou das entidades administrativas para as explorarem.

Pois nós, tani desprevidentes que .somos para essa> cousas, temos hoje, porque parece que não há Ministério, temos hoje, repito, o prurido de vir discutir uma lei deixando de admitir as emendas que são razoáveis para- ser aprovada com todos os defeitos que julgo ver aqui.

Se eu quisesse apontar exemplos, além do das Caldas de Monchique, podia dizer ainda que por esse país fora se encontram águas minerais dum Aralor excepcional.

Em todo o vale do Tâmega, desde as Pedras Salgadas até Espanha, encontraui-•se águas alcalinas de todo o grau de al-calineidade, havendo concessões abandonadas porque não tem convido fazer a sua exploração que iria prejudicar outras que estando no auge não convêm que caiam.

E nós que não olhamos para os interesses do Estado, que não olhamos para estas cousas, vimos hoje aqui com este mostrengo que estamos a discutir. Não é lógico ; e eu lamento que assim seja, porque por este caminho não vamos parar longe. Estes pequenos factos, que parecem nada deutro da nossa vida nacional, representam a regra geral.

Eu sei que a ruína da Nação não pode vir pelas águas minerais; sei também que a sua rique/a não pode vir pelas águas minerais; mas o que verdadeiramente deploro ó que em assuntos desta natureza haja um abandono tal como aquele que julgo ver da parte da Câmara.

Tenho esperança, porém, de que ouvindo o Sr. Lúcio de Azevedo terei o prazer de nas suas palavras encontrar qualquer cousa que me convença e possa então dar a mão à palmatória.

Tonho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo : — Sr. Presidente: não tencionava ainda usar da palavra; porém, o amável convite do meu ilustre colega Sr. Aboim Inglês obriga-me a falar

Diário da, Câmara doe Deputados

Como S. Ex.a, também sou de opinião .de que, de facto, temos uma grande riqueza para explorar; pouco está feito, muito há a fazer, e a riqueza de águas mínero-medicinais pode ser objecto duma grande indústria, quando os conhecimentos técnicos entrarem dentro dessas estancias balneares.

Infelizmente, com mágua o afirmo, a gente, ao abrir uma garrafa de qualquer água, encontra lixo.

Isto representa uma péssima captação, uma detestável captação. Pela análise, vê-se que as águas são boas, mas, ao abrir-se, têm um aspecto repugnante.

Muito há a fazer neste sentido", de forma a valorizar essa indústria. E é para louvar a bela iniciativa que partiu do Sr. Ernesto Navarro apresentando este projecto, que muitos benefícios traz, ao contrário do que S. Ex.a diz.

Diz S. Ex.a que as taxas de cura, em vez de beneficiarem, pelo contrário, prejudicam. Permita-me íá. Èx.* que lhe diga que 6 uma afirmação gratuita, não baseada na análise dos factos.

Essas instâncias têm nos últimos anos tido uma concorrência desmedida, e os indivíduos que as procuram têm de esperar pela vez, tal ó a deficiência de instalações. Este projecto pode trazer uma receita mais avultada do que a actual; é assim que fazem a Suíça, a Itália e a Alemanha, estabelecendo a taxa de cura, o que tem contribuído, e muito, para essas instâncias melhorarem e se valorizarem. E este precisamente o objectivo deste projecto.

V. Ex.a sabe que, pela desvalorizíição da nossa moeda, até do reino vizinho, próximo à raia, vêm cá comer por sair mais barato. V. Ex.a sabe também que as estações balneares e de águas medicinais são frequentadas, na grande maioria, por estrangeiros. Tudo isto justifica o projecto em discussão»