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í)iário da Câmara dos Deputados

do seu voto pode trazer dificuldades, ou •pode, porventura, ser perturbante.

Ora, de ambas as vezes que falei no Senado, eu disse: vote o Parlamento como quiser porque o Governo acatará, como sempre, a sua resolução, e seja qual ela for o Governo manterá a ordem. (Apoiados).

Também disse, então, e repito agora, .que para mim, como para o Governo, não há- perigos para a República senão aqueles que- possam provir da divisão dos republicanos.

Estejam os republicanos unidos e podem proceder como quiserem, podem ter efectivamente toda a generosidade para com os seus adversários, se entenderem na sua consciência de representantes da Nação que efectivamente esse dever se lhes impõe.

Não há outro perigo possível em Portugal ; a história da República o demonstra, e demonstra-o ato dolorosamente para todos, desde que não existe senão o perigo que possa provir das divergências e dos conflitos entre republicanos.

Sr. Presidente: acentuei no Senado, o faço-o também aqui, a diferença dos tempos; não há muito ainda a questão da amnistia era uma questão conflituosa, porém, nos últimos tempos vimos que os republicanos, dum lado, a direita,, continuavam sempre unidos em volta da proposta de amnistia, e que do outro lado, a esquerda, tinha transformado a questão da amnistia numa questão aberta; quere dizer, não ó, portanto, a amnistia um fermento de discórdia entre os republicanos. Esta mudança não podia deixar de a acentuar como homem do Governo, vendo, portanto, que há um número grande de Deputados, como houve um grande número de Senadores, que se inclinam para a amnistia. .

Sr. Presidente: é isto o que me parece ; posso estar enganado; o que julgo, porém, indispensável neste momento é que na mesma hora em que dentro deste palácio estão sendo homenageados pelo Povo os nossos mortos desconhecidos, nesta hora, nós discutamos com a serenidade e com a elevação digna deste País a questão da amnistia. A questão da amnistia é uma questão aberta, discutamo-la, votemo-la, mas votemo-la engrandecendo-nos a todos.

Era esta a resposta que eu tinha de dar ao ilustre Deputado que acabou de usar da palavra.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Estêvão Pimentel (sobre o modo de votar): — Sr. Presidente: ouvi o Sr. Presidente do Ministério e com S. Ex.a comungo nas mesmas idéas. E preciso que, quando lá em baixo os Hea-óis Desconhecidos são homenageados pelo Povo, aqui com elevação se discuta o assunto da amnistia, e porque é preciso que esse assunto se discuta com toda a elevação é que eu digo que se torna necessário que o Governo, sem nenhuma habilidade, nos diga em duas palavras se acha ou não acha oportuna a amnistia.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Maldonado Freitas (sobre o modo de votar) : —Sr. Presidente: peii a palavra sobre o modo de votar porque se está apreciando se deve ou não deve ser votado o requerimento pedindo urgência e dispensa do Regimento para a proposta vinda do Senado e que trata da amnistia.

Sr. Presidente: já ontem, não pensando vir à sessão de hoje, mandei um telegrama dizendo a V. Ex.a e à Câmara que, se estivesse presente, votaria o projecto da amnistia, estando disposto, ao meismo tempo, a combater até de armas na mão, amanhã, aqueles a quem ela vai aproveitar e não queiram integrar-se ao lado dos bons patriotas republicanos, fazendo o laço que é preciso formar em volta da bandeira da Pátria, para salvar este pobre p.aís, digno de bem melhor sorte.

A República mais uma vez se prestigiará com este acto de benevolência, que aliás em todas as horas de triunfo para eles tenho procurado obter do povo que condena os seus constantes ataques ao regime.