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Seasdo de 8, 11, 12 e 13 de Abril de 1921

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Sr. Presidente: ouvi com toda a atenção o Sr. Presidente do Ministério; entendo, porém, que ó preciso falar claro ao país.

Eu, Sr. Presidente, devo declarar que não sou3rnais cruel do quo os outros; sou um homem como os outros, igualmente com coração, no emtanto não posso deixar de lembrar à Câmara o que aqui se passou quando se tratou do armistício, na sessão de 4 de Dezembro, e do que então aqui foi dito pelo Sr. Aires de Orneias, chefe quo era da minoria monárquica/sobre a quantidade de presos que se encontravam então nas prisões.

A maneira como se comemorou no Parlamento a data do armistício — tam gloriosa como esta — foi vir aqui propor-se a continuação do estado de sítio e dizer-se ao Píirlamento que o Governo, no seu alto Poder, deixava que ele continuasse a reunir.

f\ E como é que a minoria monárquica recebeu esta declaração do então Ministro da Guerra?

Recebeu-a, pela boca do Sr. Aires de Orneias, nos termos que constam do seu discurso inserto no Diário das Sessões, termos que eu faço meus.

Veio o Sr. Presidente do Ministério afirmar ao Parlíimento a existência duma conjura monárquica havia quinze dias. ,; Existia essa conjura monárquica ou não?

Mas o Sr. Presidente do Ministério afirmou a existência duma conjura.

Uma vez votada à amnistia nestas condições, por honra da República, no dia seguinte ao da votação, se vir"que S. Ex.a não empregou os seus melhores esforços para quo essa amnistia não seja concedida, eu mandarei para a Mesa uma nota do interpelação, para chamar o Sr. Presidente do Ministério à responsabilidade das palavras que proferiu.

O problema deve ser posto assim:

<_0 que='que' vão='vão' os='os' governo='governo' uma='uma' é='é' entende='entende' republicanos='republicanos' _-='-' armado='armado' o='o' esse='esse' p='p' abdicação='abdicação' acto='acto' essa='essa' avilta='avilta' inimigo='inimigo' um='um' diante='diante' não='não' porque='porque' _='_' cometer='cometer'>

conspiração foi forjada na polícia de se gurança do Estado?

<_ que='que' os='os' governo='governo' entende='entende' inimigos='inimigos' aumentar='aumentar' o='o' p='p' prisões='prisões' das='das' não='não' república='república' da='da' vem='vem' abrir='abrir'>

Se assim é, então assuma o Governo a responsabilidade das suas afirmações, deixe-se de palavras vagas, fale com clareza, precisamente para que cada um assuma as suas, sem procurar um voto de simpatia, falando apenas com o coração nas mãos.

Mas pregunto: £ desarmaram os inimigos da República?

£ Está o Sr. Presidente do Ministério convencido de que foi uma fantasia revolucionária a tal tentativa de que a polícia de segurança nos deu notícia?

,;Então é oportuna a amnistia?

Mas o Sr. Presidente do Ministério tem de dizer essas palavras claras, e eu tenho a certeza de que o Sr. António Granjo pediu a palavra para reforçar a minha opinião, visto quo S. Ex.a afirmou mais de uma vez, na oposição, que era ao Governo a quem competia declarar se era ou não oportuna a amnistia, porque era necessário que o Governo tomasse a responsabilidade dessa afirmação.

£ Como é que o Parlamento pode legislar? Nós não temos as informações da polícia. ..

Não diga S. Ex.a que assim consegue a ordem; diga antes que com isso aumenta a desordem, e tenha a certeza de que o ilustre Deputado, Sr. António Granjo, vem reforçar a minha opinião. O Sr. António Granjo também na oposição declarou que a amnistia era oportuna, e, no momento de chegar ao Poder,

É preciso que o Sr. Presidente do Ministério nos diga se agora, com a amnistia, se vai ou não dividir a família republicana.

Eu desejaria que o Sr. Presidente do Ministério fosse tam claro como íoi o Sr. António Granjo.

São estas as preguntas que deixo feitas ao Sr. Presidente do Ministério, a que S. Ex.a me podo responder só com uma palavra: é, ou não, oportuna.

O discurso será publicado na integra quando forem devolvidas, revistas, pelo orador, as notas taquigráficas.