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Sessão d* 8, U, 12 e 13 de Abril de 19S1

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mais um fermento para as irredutibilida-des que andam latentes e que servirão para • acarretar e avolumar aqueles ódios que tam perniciosos têm sido ao regime actual.

Isto é, concitam-se pelejas entre irmãos de armas, lança-se a discórdia nas hostes republicanas para agradar aos monárquicos, os nossos inimigos de toda a hora, aqueles que- jamais poderão olhar com. respeito as instituições vigentes, os que as não têm nunca respeitado e sempre combatido, os que cometeram as mais cruentas provas de tirania e de abjecção humanas aos presos seus adversários que pejavam os cárceres onde nem os irracionais se podiam conservar.

E vejam os prenúncios do agradecimento futuro : este projecto foi inicialmente discutido no Senado e s.eis Srs. Senadores houve que o rejeitaram, usando dum legítimo direito que ninguém devia contestar -lhes; pois a imprensa monárquica e sidonista, irmãs gémeas na obra de defectismo e de traição, de miséria moral, mental e patriótica, afrontou da maneira mais insólita ò atrabiliária esses seis legisladores, apontando-os à execração dos seus sequazes e ameaçando-os de mais tarde, na esperançada hora da sua vitória, justarem contas!

Esta atitude da parte duma imprensa que eu, diga-se de passagem, desprezo em absoluto porque me apoucaria sob o ponto de vista intelectual, dando-lhe atenção, e da parte de homens que reclamam a amnistia como meio de apagar incom-patibilidades, dá a medida do carácter dos janízaros transformados em escrevinhadores, que .amanhã hão-de pretender substituir a caneta que envergonham pelo azorrague que lhes ó peculiar, para nos retalhar as carnes como não há muito fizeram aos sacrificados combatentes dos momentos do perigo. (Apoiados}.

l Ouço por outros lados dizer aos ca-quéticos elementos que entre nós vivem das tradições duma vida política e duma coerência de princípios que inteiramente desconheço, nem me interessa, fórmula que tenho visto reproduzida na imprensa utilitária que infelizmente nos absorve e depaupera energias, que a amnistia é reclamada pelo coração das mulheres portuguesas !

Senhores: a hipocrisia, a audácia, a mentira são revoltantes e nojentas. Podia ser motivo de piedade, se não conhecêssemos o passado, mas, tendo na memória os factos quási recentes, essa afirmação cansa náuseas e asco, porque traz as emanações dum pântano de miséria moral. (Apoiados). (Não apoiados).

Mulheres de Portugal, dignas de tal nome, foram aquelas, símbolos da fé e do amor patrióticos que, à imagem dessa figura de eleição que a história nos regista, valorosa e bemdita, armando os próprios filhos cavaleiros e mandando-os para as lutas do desconhecido e da aventura em defesa do solo de seus avós, incitaram irmãos e namorados a alistarem-se à primeira hora, ao toque do clarim, para a jornada gloriosa da Grande Guerra. (Apoiados).

Mulheres de Portugal, merecedoras do nosso respeito, foram aquelas que, tragando heroicamente lágrimas de saudade na partida dos filhos do coração para os mistérios dos campos franceses ou para as ardentes plagas africanas, os animavam com miragens de triunfo enganadoras para elas próprias, mas que representaram bem as características da raça, do desinteresse, da lealdade e do sacrifício. (Apoiados).

Mulheres de Portugal, para quem vai a minha maior veneração, foram aquelas que gemeram o infortúnio de verem seus maridos nos cárceres do infamante de-zembrismo ou da horrorosa traulitânia, abafaram gritos no coração para não agravarem a situação dos vencidos, pasto da carnificina abjecta, e, como os ascetas, silenciosamente aguardaram a hora da redenção, sem um queixume, sem implorar a piedade dos algozes, apesar de verem seus lares envoltos na pobreza e nas trovas. (Apoiados).

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