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Sessão de 8, 11, 12 e 13 de Abril de 1921

Actualmente os padeiros amassam só com água fria, o que dá um pão indigesto, produzindo doenças, e uni pão que é vendido à razão de $60 o quilograma.

Toda a gente sabe que l quilograma de farinha dá depois de fabricada lk,300. de maneira que o ganho não é só de $10, mas é de mais de $38.

Há ainda um caso mais curioso, para o qual peço ao Sr. Presidente o favor de chamar a atenção da Câmara, não por mim, mas pelo assunto, quo é importantíssimo e que merece a atenção do Parlamento.

O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara.

O Orador : — Os produtores de açúcar obrigaram-se a mandar para o continente, desde Outubro, 1:840 toneladas por mês de açúcar em rama para ser cá vendido ao preço de $60 o quilograma.

Agora os produtores querem vender esse mesmo açúcar, que já cá está, ao preço de 1$20 o quilograma, isto é, redobra.

Uma voz: — Ganhando esse pouco.

O Orador: — As alterações que o Sr. Presidente do Ministério apresenta para o tipo de pão são prejudiciais, visto que está demonstrado que o tipo de pão assim fabricado é prejudicial à saúde.

Aumentou-se o preço em $20 o quilograma, e no açúcar também se pensa em lazer um aumento do 100 por cento.

Sr. Presidente: uma outra autorização pede ainda S. Ex."

O Sr. Ministro da Agricultura actual quero todas as autorizações possíveis e imagináveis para poder fazer tudo o que quiser dentro da sua pasta, incluindo até a reorganização do Ministério. S. Ex.a assim veio colocar a Câmara numa situação difícil. (Apoiados).

Eu sei que o Sr. João Gonçalves, quando S. Ex.a foi Ministro da Agricultura, tentou resolver o assunto, e tinha até já um plano para fazer com que o Estado não perdesse os 4.000:000 de quilogramas de farinha que tem em depósito. Mas S. Ex.a, querendo apresentar uma proposta, nesse sentido, não veio pedir autorizações, limitando-se a forne-

cer uma base de estudo às comissões para estas poderem encarar o problema.

E assim que se resolvem as questões num regime democrático, e o Sr. Presidente do Ministério, que disse no seu programa ministerial que queria viver com o Parlamento, é o primeiro a fugir da sua colaboração. (Apoiados).

Sr. Presidente: eu julgo que o melhor que o Sr. Presidente do Ministério deve fazer, o que aliás ficava bem ao seu passado, era apresentar os seus trabalhos sobre o assunto e pedir à Câmara para os discutir com a máxima urgência...

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior, e interino da Agricultura

(Bernardino Machado): —

O Orador :—Mas quais hipóteses temerosas? Com franqueza não compreendo bem a estranheza do Sr. Presidente do Ministério. O que eu disse foi que, pelo decreto do Sr. António Granjo, os importadores de açúcar eram obrigados a trazer para o continente, todos os meses, 1:840 toneladas de açúcar em rama; em virtude dessa disposição de lei, muitas dessas ramas foram distribuídas e outras encontram-se depositadas nas refinarias. Eu disse, então, qne era exactamente dessas ramas existentes em depósito que ia ser feito agora o açúcar amarelo...

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e interino da Agricultura (Bernardino Machado):—V. Ex.a não está bem informado. Demais, o Parlamento é quem estabelece o regime que deseja. Emquanto o regime actual se mantiver, eu tenho de mo valer das autorizações concedidas.

O Orador: — Depois, V. Ex.a já declarou que até quinta-feira teria resolvido a questão do pão...

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior, e interino da Agricultura