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Diário da Câmara dos Deputados

de estudar o assunto, e essas pessoas, depois de o apreciarem devidamente, comunicaram-me que podia haver solução dentro da qual coubesse o aumento do salário reclamado. Foi então que eu afirmei que estava disposto a aceder a esse aumento, mas que o não podia fazer sem autorização do Parlamento ...

Essas medidas são necessárias dentro do regime em que nos encontramos com relação ao assunto.

Hei-de fazer todos os esforços para regressarmos ao regime em que estávamos antes da guerra.

Os grevistas fizeram a greve quando eu unha prometido satisfazer as suas reclamações. Hei-de tomar as medidas que julgar necessárias para satisfazer essas reclamações no que forem justas, mas sem coacção, porque sobre mim não consentirei ^pressões.

Apartes.

O Orador: — Sr. Presidente: estando o Sr. Presidente do Ministério num ponto de vista igual ao meu, entendo que S. Ex.a pode resolver essa questão.

S. Ex.a apresenta à Câmara este pedido de autorizações e põe-as em execução sob sua responsabilidade e da Câ-inara que lhe vota essas autorizações.

Mas temos ainda o seguinte: o Sr. Presidente do Ministério pede autorização para poder vender as existências dos produtos adquiridos pelo Estado aos preços que .as circunstâncias o permitam.

Naturalmente esta autorização refere-se à, grande quantidade de trigo que o Estado tem, e se o vender pelo preço que as circunstâncias permitam dará decerto lugar a que o Estado perca muito dinheiro. Assim, para isso, não terá o meu voto.

Certamente irá o GovGrno vender com prejuízo essa farinha que comprou.

Apartes.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Agricultura

(Bérnardino Machado) (interrompendo): — Y. Ex.a.que conhece o que eu tenho feito não pode dizer isso, e deve conhecer que estou trabalhando para a resolução do assunto.

Não posso apresentar já esses trabalhos, mas posso dizer que hoi-de conse-

guir grandes economias, como a Câmara verá.

O Orador: — Se V. Ex.a tem já estudado o assunto, podia apresentar os seus trabalhos, e a Câmara, com conhecimento completo, pronunciava-se sobre o assunto e votava com mais confiança e base.

Apartes.

Se V. Ex.a não tem assunto estudado, não precisa da discussão da Câmara.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Agricultura (Bérnardino Machado): — Eu tenho; V. Ex.a é que ainda não teve.

O Orador: — Deve trazê-lo à Câmara, e nào pedir autorizações sem a Câmara se pronunciar sobre ele. Só então é que deve pô-lo em- execução.

O Sr. Presidente do Ministério, Ministro do Interior e, interino, da Agricultura (Bernardino Machado): — Nessa situação não posso colocar-me diante do V. Ex.a

O Orador: — Seria Me uma ofensa; eu é que me honraria sendo o seu mais humilde discípulo. A autorização é necessária; e isso me ãhirna a manda.r para a Mesa uma moção dizendo que t, Câmara não pode pronunciar-se sobre a autorização, porque seria um grande desgosto para S. Ex.a aceitar uma autorização con tra o seu modo de ver.

Não quero fatigar a Câmara mais.

O Governo deve tomar o compromisso de trazer uma medida, que será logo discutida.

Keservar-me hei para responder às considerações que V. Ex.a fizer.

Mando para a Mesa a seguinte

Moção

A Câmara, reconhecendo quo não devem ser concedidas as autorizações pedidas pelo Ex.mo. Sr. Ministro, interino, da Agricultura, passa à ordem do dia. — O Deputado, Costa Júnior.

O discurso será publicado na íntegra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.