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Sessão de 8, 1], 12 e .13 de Abril de 1921

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o tabelamento de certos géneros, q.ue o Governo comprasse, distribuindo-os depois por sua conta. Eu devo dizer, Sr. Presidente, que, quando criei os serviços do Comissariado, eu quis fugir às peias que me tinham surgido quando pela primeira vez fui Ministro da Agricultura. Assim, fui buscar os chefes das regiões agronómicas para comissários distritais, dizendo-lhes que dentro do concelho fizessem a política dos abastecimentos mais consentânea com as suas necessidades; e fui buscar estas entidades para fugir aos entraves constantes que eram postos pelas autoridades administrativas. Quere dizer: descentralizei, o mais possível, os serviços, sujeitando apenas certos produtos ao tabelamento.

Sucedeu, porém, que os agrónomos não corresponderam ao que deles se esperava, e então a lei permitiu que eles fossem substituídos por militares, que seriam requisitados para o exercício dessas fim-çõos. Surgiu, porém, a dificuldade dos militares requisitados perderem os seus vencimentos, pelo que, a certa altura, não tínhamos nem agrónomos nem militares, dando como resultado que j desde o início, o Comissariado dos Abastecimentos não fazia desenvolver a sua acção, porque ihe fiiltavam aqueles elementos.

Sobre o manifesto, eu tenho a dizer que apenas duas ou três pessoas o fizeram, e se se fosse proceder contra quem não tinha cumprido a lei, não havia cadeias que chegassem para lá meter essas pessoas, devendo, no emtanto, acrescentar que este facto é devido à não continuidade das leis e ao facto de não serem postas em execução, na primeira oportunidade.

O Sr. Ferreira da Rocha: — Mas o Comissariado pode mandar manifestar quando quiser!...

O Orador: — Eu devo dizer a V. Ex.a que...

O Sr. Presidente : —Eu peco a V. Ex.a o favor de se dirigir à Presidência.

O Orador:—Eu vou dar por terminadas as rainhas considerações, na certeza de que era meu propósito. ..

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O Sr. Presidente: — Eu não desejo, bem como a Câmara, que V. Ex,a con-

clua as suas considerações; o que desejo é que as faça de forma a que toda a Câmara as ouça.

O Orador: — Agradeço a Y. Ex.a as suas informações, mas vou terminar as minhas considerações. Por falta de voz, certamente, não posso torná-las do conhecimento da Câmara; mas, no emtanto, se algum Sr. Deputado necessitar de mais explicações por motivo do cargo que desempenhei, eu não tenho dÚA-ida em dar--Ihas.

O Sr. Ferreira da Rocha : — ^ E com

respeito a manteiga ?...

O Orador: — Sobre esse assunto, eu de\o dizer que o Sr. Comissário dos Abastecimentos depois de ouvir as entidades competentes resolveu fixar o preço da manteiga, mesmo porque esperava a realização de outros fornecimentos que determinariam a baixa desse género:

Contudo, quero afirmar que sobre os fornecimentos nada. sei, porque nenhumas informações me foram dadas.

Do que V. Ex.as podem ter a certeza é de quo tanto como Ministro como Deputado me hei-de interessar sempre por estes assuntos que dizem respeito à economia e ao -comércio do país.

O que eu lhes posso dizer ó que m^o tenho culpa de que tais reclamações não tivessem sido feitas então, mas sim só agora.

Creio, Sr. Presidente, ter'dado todas as explicações sobre o assunto, estando pronto a assumir todas as responsábili-dades que resultem de toda a minha vida ministerial.

Tenho dito.

Vozes:—Muito bem.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir, revistas, as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: esta questão ó das mais interessantes e todo o debate que se íaça em volta dela será útil para o Parlamento e para o país.