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Sessão de 8, 11, 12 e 13 de Abril de 1921

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Um dos mais reaccionários espíritos da França poderia eu.citar.

Eealmente a importação abaixa o preço por virtude das circunstâncias mundiais. óMas se vamos provocar uma abundância do produto, para onde vão as divisas cambiais? O excesso traz o aumento do preço da libra.

c. Qual o factor que determina o preço ? A concorrência nem sempre traz a baixa do preço.

Por isso tive a coragem de pregar a liberdade de comércio.

Quando foi do armistício estava Portugal repleto. Então os comerciantes foram pedir ao Estado que lhes comprasse os stocks. Porquê? Porque o armistício tinha trazido uma baixa no preço.

Ora se estabelece o comércio livrel ora se estabelece o regime de restrições. Pregunto:

(j Perfil ha o Governo a orientação do Partido Liberal, a orientação do Sr. António Granjo? <_ que='que' com='com' de='de' a='a' restrições='restrições' pensamento='pensamento' sabemos.='sabemos.' orienta='orienta' o='o' comércio='comércio' p='p' absoluta='absoluta' para='para' apenas='apenas' perfilha='perfilha' qual='qual' não='não' liberdade='liberdade' pão='pão' _='_'>

óQual é também a orientação do Governo relativamente ao Comissariado dos Abastecimentos? Também não sabemos. Quem mais tem atacado o Comissariado dos Abastecimentos, quem mais tem atacado as suas medidas tem sido o Partido Liberal, e no enitanto as glórias e proveitos da criação desse Comissariado pertencem ao Partido Liberal.

As honras da criação {lesse Comissariado, assim como da nomeação do respectivo comissário, o Sr. Álvaro de Lacerda, pertencem inteiramente ao Partido Liberal.

O Sr. António Granjo chamou o Sr- Álvaro de Lacerda. E quis, então, dar-lhe poderes tam latos que até quis conceder--Ihe o direito de comprar sem concurso. O Sr. Álvaro de Lacerda era o homem que comprava como queria, era o homem livre das suspeitas, era o homem cheio de alta sabedoria. Depois da sua saída foram restringidos os poderes dados aos comissários. ;E veja V. Ex.a como foram prudentes em restringir esses poderes! Pregunto ao Sr. Presidente do Ministé-

.rio: £ mantém o Comissariado com a mesma estrutura, ou, pelo contrário, restringe ainda mais os poderes que lhe estavam conferidos?

Quando eu estava no Ministério das Finanças, verifiquei que o Ministério da Agricultura, por intermédio dum dos seus directores gerais, requisitava a abertura dum crédito para a compra dum determinado trigo. O Ministro deferia e mandava à Direcção Geral da Fazenda Pública. Primeira irregularidade. Isto tudo era tam irregular que, pedindo eu a três entidades diversas a nota dos carregamentos, cada uma deu-me a sua conta diferente, divergindo umas das outras em dezenas de milhares de contos.

Foi assim que, tendo o Sr. António Gr anjo declarado que com o trigo havia um déficit de 50:000 contos, eu, depois de proceder às contas necessárias, constatei que o que existia era um saldo positivo de 8:000 contos.

Foi pôr este motivo que eu determinei que para cada navio se fizesse um processo.

0 que posso, porém, afirmar é que não conseguírealizar esse meu desejo, porque tive de abandonar o meu lugar e actualmente nem no Ministério das Finanças, nem no da Agricultura, existem as contas dos carregamentos.

A moagem devia pagar o trigo à chegada dos carregamentos, mas só o paga três meses depois.

Nunca se faz o controle do pagamento de um carregamento com outro.

£ O resultado qual é ? Ninguém ter a certeza de se terem feito ou não todos esses pagamentos.

1 O que é que eu tinha combinado com o Sr. João Gonçalves?

As verbas iam entrando e o Estado não seria prejudicado, e assim a Manutenção não conservava dinheiro nenhum em seu ptíder.

Mas a Manutenção pouco se importa com isso.

Não vai censura para o actual Ministro, mas o que é certo é que tudo continua assim, e V. Jilx.a terá do chamar a atenção do Sr. Ministro das Finanças para estes serviços autónomos.

Todos os serviços autónomos são assim.