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Sessão de 10 de Maio de 192Í

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querem provocar a maior das catástrofes para Portugal. Não sei mesmo se já alguém pronunciou ou escreveu no Brasil palavras tendentes a demonstrar que a descoberta do Brasil se devo a Cristóvão Colombo, acrescentando cjue a quinta cavalgadura que pôs os pós no Brasil foi Pedro Alvares Cabral.

A campanha contra os poveiros não é uma cousa isolada. Neste momento faz-se outra campanha: querem aplicar ao comércio português o mesmo princípio que aplicaram aos poveiros: — ou os comerciantes portugueses se naturalizam brasileiros ou deixam de exercer o seu comércio. A nossa situação no Brasil ó esta; £0 que é que convém, portanto? Saber utilizar a arma da diplomacia, mas uma diplomacia mais contemporizadora, melhor orientada. Não querendo neste momento atacar o Sr. ^Duarte Leite, devo, contudo, dizer que S. Ex.a tem sido infeliz no desempenho do seu cargo.

O argumento do Sr. Rego Chaves não serve-; banco ou casa bancária não pode ser a Agência Financial.

Portanto, Sr. Presidente, desde que possa haver reclamações, entendia que o melhor seria colher todos os elementos necessários para depois nos podermos ocupar do assunto.

A minha opinião, Sr. Presidente, era de que o assunto carecia de tempo para a sua preparação.

E esta a minha maneira de ver, e daí a matéria da minha questão prévia, retirando o assunto da discussão até ele ser devidamente esclarecido.

O Sr. Ministro das Finanças não concordou com essa minha maneira de ver, e assim eu lembro-lhe de novo esse meu ponto de vista, para mais tarde, caso surjam dificuldades, eu lhe dizer então que tinha razão dizendo o que digo.

Não quero, Sr. Presidente, terminar sem agradecer ao ilustre Deputado o Sr. Rego Chaves, as palavras amáveis que me dirigiu, sendo tanto mais para lhe agradecer essas palavras, quando é certo que S. Ex.a se tem encontrado a meu lado no assunto que se debate, e ao qual não tenciona voltar.

Não estando, como não estou, Sr. Presidente, muito acostumado a amabilidades, não posso deixar portanto neste momento deixar de agradecer aquelas que me

foram dirigidas pelo ilustre Deputado Sr. Rego Chaves. Tenho dito.

O Sr. Ministro das Finanças (António Maria da Silva):—Sr. Presidente: pedi a palavra para mandar para a Mesa duas propostas de emenda, ás quais elucidarão em parte as observações apresentadas pelo orador que acabou de íalar, o Sr. Cunha Leal, estando pronto a aceitar como boa qualquer doutrina ou emenda que qualquer Deputado queira mandar para a Mesa, tendente a eliminar as palavras a que há pouco me referi, não havendo, como a Câmara vê, qualquer intuito reservado da nossa parte.

Eu tenho de fazer esta declaração ao ilustre Deputado Sr. Sego Chagas.

Creio que estas palavras devem bastar.

O § 1.° deve ser retirado, para evitar qualquer especulação, e folgo nesta hora poder repetir à Câmara que as nossas relações com o Brasil são as mais amistosas, e tanto assim que o chefe de Estado brasileiro convidou o Sr. DE* António José de Almeida, como chefe da nação portuguesa, a visitar o Brasil por ocasião do seu centenário.

Este gesto, de extrema amabilidade, mostra bem as relações de amizade que existem entre os dois países.

Será bom não repetir as palavras duvidosas e dar razão aos nativistas. - Também é necessário resolver o problema de forma a que não se diga que há especulação e voltarmos à antiga em que o dinheiro do Brasil vinha sempre equilibrar a nossa balança.

Mando para a Mesa uma emenda ao § 2.° do artigo 1.°

Jlj a seguinte:

Proposta

Proponho que ao § 2.° do artigo 1.° se acrescentem ás seguintes palavras:

«Que pode limitar nos termos que julgar mais convenientes as transferências de fundos para Portugal e regular a aquisição de cambiais.

10 de Maio de 1921. — António Maria da Silva.