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Diário da Câmara dos Deputados
clarecimento. É nestes termos que assim o considero.
O orador não reviu.
O Sr. Manuel Fragoso: — Antes de mais nada, pedia a V. Ex.ª que me informasse o que diz o Sr. Carvalho da Silva no seu requerimento.
O Sr. Presidente: — Diz verbalmente, pois não foi escrito, que a sessão deve ser encerrada, e não interrompida, quando fôr retinido o Congresso.
Vou pôr à votação o requerimento do Sr. Carvalho da Silva.
O Sr. Carvalho da Silva: — Desisto do meu requerimento.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: nos termos das disposições regimentais, vou ler a minha moção, que tenho a honra de mandar para a Mesa.
Moção
Considerando que o parecer da comissão de finanças sôbre o empréstimo não representa, no fundo, a opinião da maioria dos membros dessa comissão; e
Considerando ainda que um exame e uma votação apressada dessa proposta se não compreendem, dada a sua importância e as consequências perigosas que da sua aprovação podem advir para a nossa situação financeira:
A Câmara dos Deputados resolve fazer baixar a proposta à comissão de finanças, e passa à ordem do dia.
Sala das Sessões, 22 de Março de 1923. — Cunha Leal.
Sr. Presidente: neste momento em que eu começo a falar saiu da sala o Sr. Presidente do Ministério, e como o que eu tinha a dizer não é agradável, lamento o facto mas não é motivo para eu não continuar no meu discurso.
A primeira cousa que eu quero declarar é que não compreendo a intervenção do Sr. Presidente do Ministério no debate, nem a que propósito S. Ex.ª falou. Foi para esclarecer a questão? Não foi. S. Ex.ª disse que ninguém poderia ter á estulta pretensão de convencer os outros, e S. Ex.ª não tinha decerto a estulta pretensão de nos convencer. Poderia ainda
o Sr. Presidente do Ministério querer pôr a questão política; mas, interrogado pelo Sr. Álvaro de Castro, S. Ex.ª teve ocasião de dizer que não punha a questão política.
Qual é, pois, a razão por que o §5r. Presidente do Ministério entrou no debate? Simplesmente para o irritar.
Apoiados.
S. Ex.ª, com ares pimpões e provocadores, empunhando o chicote de não sei quantos rabos, desafiou e não combateu com inteligência, com argumentos.
Apoiados.
Apresentou apenas a atitude da violência.
Apoiados.
S. Ex.ª teve em vista irritar o debate político (Apoiados), e viu-se que teve por objectivo fazer com que a moção nem fôsse admitida.
O Sr. Alberto Xavier: — E que nela se encontrava doutrina a respeito da qual o Govêrno tinha de meditar.
O Orador: — Sr. Presidente: chegou-se a isto: a não se admitir a proposta, e vê-se que o discurso do Sr. Presidente do Ministério estava ligado à moção do Sr. Alberto Xavier (Apoiados), e o Sr. Alberto Xavier é uma pessoa altamente cotada: é o director geral da Fazenda Pública, e nunca foi senão republicano.
Apoiados.
Já pertenceu ao Partido Democrático. Nesse tempo tinha valor para S. Ex.ªs (Apoiados), e certamente lhe admitiam as moções.
Apoiados.
É mau o caminho por que S. Ex.ª vai, pois nós à provocação responderemos com provocação.
Apoiados.
E procede assim, não porque S. Ex.ª não tenha inteligência para compreender o que nós lhe dizemos, e com um pouco mais de estudo e preparação S. Ex.ª ficaria habilitado a entender-nos. Mas simplesmente procede assim porque S. Ex.ª, propositadamente, procura não nos compreender. A verdade,, porém, é que nós não estamos aqui a talar pròpriamente para os Ministros e para os colegas, mas sim para o País.
Apoiados.