O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

62
Diário da Câmara dos Deputados
e puder; mas não venha dizer-nos que devemos votar esta proposta.
Sr. Presidente: as razões dos maléficos argumentos apresentados pelo Sr. Presidente do Ministério para nos convencer são na verdade para admirar, como por exemplo aquele em que S. Ex.ª diz que há pessoas que deixam de comprar cousas por isso que estão à espera da melhoria cambial.
E êste na verdade, Sr. Presidente, um argumento esmagador!
Já aqui se disse que o Sr. Ministro da Agricultura tem confiança, e quási a certeza de que o câmbio há-de chegar a 4, e que desde que êle chegue a 4, se pode perfeitamente acabar com o pão político.
Essa confiança ou essa certeza que S. Ex.ª tem de que o câmbio há-de chegar a 4, será muito boa para os ingénuos; porém, eu tenho quási a certeza de que o câmbio não melhorará com a aprovação desta proposta.
Disse também o Sr. Presidente do Ministério que nós, os republicanos, não devemos fazer política nesta questão.
Mas não se trata de fazer, política; o que nós desejamos é defender os interêsses do Estado.
Política fazem-na V. Ex.ªs, e tanto assim que não admitiram a moção mais cuidadosamente estudada que nesta Casa foi apresentada sôbre o assunto.
Apoiados.
Disse o Sr. Presidente do Ministério que compreende que aprovem ou rejeitem a proposta, mas que não compreende que se perca tempo.
Eu, Sr. Presidente, devo dizer a S. Ex.ª que nunca o Partido Nacionalista fez obstrucionismo, antes pelo contrário, e o que se passou na comissão de finanças, mostrou bem o nosso procedimento.
O Sr. Alberto Xavier: — Temos guardado o maior segredo, pois, se assim não fôsse, poder-se-ia até ter dado uma crise ministerial.
O Orador: — Esta é que é a política que nós temos feito.
Nós estamos a defender o nosso ponto de vista, e isto no interêsse do País.
Apoiados.
Não desejamos discutir a proposta para que o País fique devidamente inteirado.
Apoiados.
Nós estamos aqui a defender os interêsses do País, e havemos de os defender.
Disse o Sr. Presidente do Ministério, ou melhor, dou a entender, que a forma por que se tem discutido a proposta, por vezes embora isoladamente, podia levar à conclusão do que os Ministros podiam parecer monos honestos.
Compreende-se, Sr. Presidente, a razão da afirmação do Sr. Presidente do Ministério, pois a verdade é que S. Ex.ª deseja que todos sejam da sua opinião, não admitindo que sejam de opinião contrária. Ora a verdade é que nunca ninguém dou a entender aqui que os Ministros eram menos honestos, pois a verdade é que eu não considero, nem posso considerar, menos honestos os homens que se sentam naquelas cadeiras.
Eu devo dizer mesmo que considero o Sr. Presidente do Ministério e o Sr. Ministro das Finanças dois verdadeiros homens de bem; porém, a verdade é que S. Ex.ªs vivem num campo onde há pessoas menos dignas, a que S. Ex.ªs apertam a mão.
Nós encontrando-nos em um campo diverso, deixando. cada um. entregue às suas próprias responsabilidades.
As nossos palavras, Sr. Presidente, não têm, nem podem ter, segundo sentido; e assim devo dizer, repito, que consideramos não só o Sr. Presidente do Ministério, como o Sr. Ministro das Finanças, como homens de bem, apesar das más companhias.
Examinemos esta afirmação.
Um dia, preguntámos ao Sr. Ministro das Finanças, qual era o câmbio a que êle pretendia fazer a emissão do empréstimo, e a conversão das libras em escudos.
Respondeu-nos que era a 6.
Preguntámos ainda: Mas V. Ex.ª pretende que isso fique expressamente consignado na lei?
Respondeu-nos que sim, e que teria de apresentar a emenda no Senado, para dar essa autorização ao Poder Executivo.
A seguir, fizemos ver o s inconvenientes disso, e então, espontaneamente, o Sr. Ministro das Finanças propõe à comissão de finanças aquela emenda que vem no parecer do Sr. Velhinho Correia.