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Diário da Câmara dos Deputados
Correia e o Sr. Presidente do Ministério, para virem afirmar que nós é que desejamos o aumento da circulação fiduciária?
O Sr. Ferreira de Mira: — Quando S. Ex.ªs é que o desejam!...
O Orador: — Diz V. Ex.ª muito bem. Mas todas estas chicotadas na oposição têm apenas por objectivo permitir que no fim dêste mês se aumente a circulação fiduciária.
Apoiados.
Mas, é claro, quem são os inflacionistas, somos nós.
A argumentos respondo com argumentos, com a maior correcção.
Nós, os Deputados da oposição, não somos criaturas intransigentes e enquistadas na nossa maneira de pensar; temos, sim, determinados pontos de vista acêrca da proposta não podem não ser todas as vezes concordes com a opinião do Sr. Barros Queiroz.
Não é uma questão fechada para um partido; não há imposição para argumentar num determinado sentido. Nenhuma combinação há feita a êsse respeito.
Apoiados.
Eu penso que tenho argumentos ou razões o respondo com elas.
E é isto que nos revolta profundamente: porque é que o câmbio há-de melhorar?
O Sr. Velhinho Correia decretou, sponte sua, que o câmbio melhoraria.
Era doutrina assente nesta casa do Parlamento, pelo menos pela maioria, dos seus membros, que a quantidade de valores em circulação fazia deminuir o valor da moeda. Quere dizer: havia uma relação inversa entre o valor da moeda o a quantidade dê valores em circulação.
Êsses valores de troca, diremos, seriam notas, bilhetes de tesouro e, porventura, títulos de dívida do Estado.
Pregunto: mas se assim é, é preciso que nos demonstrem a quantidade de valores de troca.
Mas sabemos que o empréstimo não se cobrirá imediatamente.
Sabemos que a quantidade de valores em circulação será maior do que é agora; e então como melhorará o câmbio?
Como pode melhorar em face das teorias existentes?
Então, é ou não é caso do Sr. Ministro das Finanças acreditar que o câmbio há-de por fôrça melhorar?
Diz S. Ex.ª que toda a gente diz que a quantidade de notas em circulação não corresponde à quantidade de notas emitidas, e até se diz que uma das vantagens do empréstimo seria trazer paru a circulação essas notas.
E eu continuo a não compreender porque é que trazendo-se para a circulação essas notas, isso representa uma deminuïção da circulação fiduciária, melhorando o câmbio.
Êstes são os nossos argumentos, e as conclusões são as seguintes: que não é verdadeira essa afirmação quanto à quantidade de valores em notas.
Se o empréstimo valorizar a moeda, é deminuída a circulação fiduciária.
O câmbio então melhoraria.
Não compreendemos a política do Govêrno.
O Govêrno quere dizer qualquer cousa, e não lhe chega a língua.
Não estou a representai um papel prejudicial ao País.
Deve-se responder com outras, razões, e não dizer: os Srs. são partidários do inflacionismo.
Não estou de acôrdo tem as ideas do Sr. Ministro das Finanças.
E bom que frisemos mais uma vez êste ponto de vista.
E possível que haja criaturas que sejam partidárias der «quanto pior melhor».
Eu faço, porém, justiça aos adversários das instituições, acreditando que não serão êles que querem a ruína do País, porque a ruína da República arrasta a ruína do País.
O sentimento patriótico leva essas criaturas a lembrarem-se de que são portugueses; que antes de serem monárquicos, são portugueses.
Acima de tudo, não acreditamos que possa haver um representante entro homens que são republicanos e homens de bom que seja capaz de ser partidário dessa teoria.
Apoiados.
Fazem-nos uma injúria; o quando argumentem com essa circunstância, temos a dizer-lhes que há injúrias que são armas que necessàriamente vão ferir aqueles que as empregara.