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Diário da Câmara dos Deputados
E são êstes homens que querem salvar o País!
Sr. Presidente: a minoria monárquica há-de obstar por todos as formas a que se continue neste caminho desgraçado, por onde o Govêrno pretende levar a nação, que é o caminho da ruína inevitável.
Não somos ajudados por outras oposicões desta Câmara? Pouco importa! O País apreciará.
Combatemos a proposta de empréstimo porque estamos certos de que a sua aprovação é a ruína do País. Pouco nos importa que é Sr. Presidente do Ministério procure aniquilar a nossa oposição, chamando-nos inflacionistas. Somos nós os inflacionistas, nós que sempre combatemos os aumentos da circulação fiduciária!
De pouco ou nada vale o que se diga quando a par das afirmações não se possam apontar factos que os comprovem. Vejamos quem são os inflacionistas. Para que fim têm os Governos aumentado a circulação fiduciária?
Os Governos têm elevado sucessivamente a circulação fiduciária para obterem dinheiro que lhes permita ocorrer ás largas despesas do Estado.
Quem tem alargado essas despesas, e por forma tal que representam mais que esbanjamento, que representara uma loucura.
Os Governos da República. Quem tem permitido essa loucura aos Governos?
Têm sido os partidos da República. Nestas condições, a inflação é devida aos homens da República.
Pois o chefe do Govêrno acusa-nos a nós, minoria monárquica, de inflacionistas.
É extraordinário!
Mas — desengane-se S. Ex.ª — o País já está desiludido, e vai já fazendo justiça a quem a tem. De nada servem êsses subterfúgios.
De resto, não é o Govêrno que vem pròpriamente, pela proposta em discussão, propor um novo aumento de circulação fiduciária?
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Tenho de interromper a sessão, para se reunir o Congresso.
Fica V. Ex.ª com a palavra reservada.
Está interrompida a sessão para reabrir logo depois de terminada a sessão do Congresso.
Eram 16 horas.
O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão.
Eram 19 horas e 37 minutos.
O Sr. Presidente: — A sessão continua às 21 horas e 30 minutos.
Está interrompida a sessão.
Eram 19 horas e 40 minutos.
O Sr. Presidente: — Está reaberta a sessão.
Eram 21 horas e 45 minutos.
O Sr. Presidente: — Vai continuar a discussão da proposta do empréstimo.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: como há pouco ia dizendo à Câmara ponho inteiramente de lado a minha qualidade de monárquico, porque entendo que entre um perigo nacional, como é o da aprovação dêste empréstimo, uma catástrofe nacional, não pode haver, monárquicos, nem republicanos; só pode haver portugueses.
Êste empréstimo, era primeiro lugar, não traz ao Estado nada que se pareça com aquilo que o Estado supõe, pois não é mais do que a conversão da dívida flutuante em bilhetes do Tesouro, e o dinheiro que o Estado recebe pode não chegar para aquilo que os portadores venham a exigir.
Muito agradeceria ao Sr. Ministro das Finanças que S. Ex.ª se dignasse responder a duas preguntas que vou fazer.
1.ª Admite o Sr. Ministro a hipótese de. os portadores de bilhetes do Tesouro transformarem êsses titulos, que rendem 6 por cento, para estes, que dão 15 por cento?
2.ª Se admite essa hipótese, quais são os meios que S. Ex.ª vai empregar para evitar essa verdadeira catástrofe financeira?
O Sr. Ministro das Finanças (Vitorino Guimarães): — Se V. Ex.ª estivesse com atenção quando eu falei sôbre o emprés-