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Diário da Câmara dos Deputados
Tem-se recorrido à fantasia e tem-se formulado hipóteses que não são verdadeiras.
Chegou-se até o remoque de eu ter ido a um almoço em que se buliu na honra dos homens públicos...
O Sr. Cunha Leal (interrompendo): — V. Ex.ª não considera muito o órgão dos seus correligionários, onde se insultam os adversários em termos que eu não ouso repetir.
O Orador: — Se eu fôsse fazer a história dos jornais muito teria que dizer.
Está presente, e bem perto de mim, um homem a quem eu muito respeito, o Sr. Brito Camacho, que, ao tratar-se da questão das Portas de Ródão, ao mesmo tempo que, em fundo, êsse jornal me tratava como eu devia ser tratado, logo nos sueltos eu era enxovalhado, e eu nunca disse que o Partido Unionista ou o Sr. Brito Camacho fossem, os responsáveis dessas grifadas.
O Sr. Moura Pinto (interrompendo): — Nesse tempo havia o jornal O Mundo, que era interessante ler-se.
O Orador: — Não vamos fazer a história do que lios jornais os republicanos têm dito uns dos outros. Eu arrepiei caminho, e nunca estive ao lado dêsses que nas colunas dos jornais usam de baixo palavriado.
Também no Congresso do Partido Nacionalista foi maltratado o meu Partido.
Trocam-se àpartes.
O Orador: — Aquelas criaturas que têm rendimentos em ouro não. lhes agrada o empréstimo; isto não quere dizer que o Sr. Cunha Leal tenha rendimentos em ouro, e, portanto, era dispensável que S. Ex.ª tentasse arrancar uma carapuça que ninguém lhe pôs.
Não tenho nenhuma má vontade contra qualquer membro desta casa do Parlamento, mas, como português e como Presidente do Ministério, cumpre-me defender o bem do País.
Tenho dito.
O orador não reviu, nem os àpartes foram revistos pelos oradores que os fizeram.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: quando fui Ministro das Finanças as circunstâncias obrigaram-me a aumentar a circulação fiduciária por uma portaria, e depois essa situação foi aqui legalizada. Fui então inflacionista, como o Sr. Presidente do Ministério o é hoje.
Quando o Sr. Portugal Durão apresentou a proposta para aumento da circulação fiduciária preguntei a S. Ex.ª se tinha alguma medida financeira para cobrir o deficit de 400:000 contos, e S. Ex.ª respondeu que não.
Eu, a ter que aumentar a circulação fiduciária em 400:000 contos, teria feito êsse aumento de uma só vez, e não em quatro, cada uma de 100:000 contos.
O que fez o Govêrno?
Começou por chamar a si os 80:000 contos que eram destinados a obras de fomento e ao incremento das relações comerciais.
Agora vem pedir mais 200:000 contos.
Então era eu inflacionista, quando lembrava que se deveria aumentar logo a circulação fiduciária em mais 400:000 contos.
Não era inflacionista; era simplesmente um homem que tinha a previsão das cousas. Era menos prejudicial para o País ter-se logo aumentado a circulação em mais 400:000 contos do que aumentá-la só em 200:000 contos para depois se pedir, mais 200:000.
E a minha opinião! E as opiniões que tenho exponho-as sempre sinceramente, embora corra o risco de não ser compreendido.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O orador não reviu.
O Sr. Lino Neto: — Requeiro que a seguir ao projecto n.º 380, sôbre câmaras municipais, seja marcado para discussão antes da ordem do dia o projecto n.º 378.
O Sr. Presidente: — Como estamos em sessão prorrogada, o requerimento de V. Ex.ª só pode ser submetido à votação da Câmara depois de votada a proposta em discussão.
O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: no cumprimento das prescrições re-