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Diário da Câmara dos Deputados
ram uma atitude mais clara nesta discussão, mas careço ainda de esclarecer alguns pontos de vista.
O Sr. António Fonseca, que repudia em voz alta quaisquer ligações com a maioria desta Câmara...
O Sr. António Fonseca (interrompendo): — Perdão! Eu não me incomodo nada com o. facto de se dizer que tenho relações ou ligações com a maioria; o que repudio é que se imagine que trouxe aqui esta questão por influências de qualquer partido desta Câmara.
O Orador: — O Sr. António Fonseca está hoje na maré de estar muito sujeito a enganos..
Disse S. Ex.ª que tinha anunciado a sua proposta.
O que S. Ex.ª anunciou, no momento em que foi verificada a falta de número, foi que mandaria para a Mesa uma proposta de lei para que, quando se verificasse uma falta de número, a sessão pudesse continuar.
O Sr. António Fonseca: — Isso é absolutamente falso!
O Orador: — Sr. Presidente: não sou capaz de sentir os meus nervos em condições com os àpartes do Sr. António Fonseca, e, nestes termos, eu tenho de tomar as palavras de S. Ex.ª como ditas em termos de eu as poder ouvir e de nem mesmo ter o direito de lhe responder com a mesma violência.
Sr. Presidente: o Sr. António Fonseca teve comigo uma conversa, e a essa me referi quando afirmei que a proposta de S. Ex.ª era no sentido apenas de fazer continuar, as sessões quando, pela chamada, se verificasse que não havia número para tomar deliberações.
É possível que em outra ocasião S. Ex.ª tivesse conversado com outros parlamentares, no sentido que S. Ex.ª afirma. Explicado isto, eu estou no meu direito de pedir a S. Ex.ª que, ao interromper-me, tenha sempre o mesmo cuidado que eu tenho ao interrompê-lo.
Sr. Presidente: é necessário esclarecer e desfazer a confusão que propositadamente se tem vindo fazendo sôbre a nossa atitude.
Nós não pretendemos nunca evitar a votação dessas propostas.
Procuramos por todos os meios indicar à maioria os pontos de vista para conseguir o que ela desejava.
Isso demonstra-se claramente na maneira como recebemos o requerimento para a prorrogação da- sessão.
Não discutimos, porque a maioria estava no seu direito de prorrogar a sessão para que a matéria se discutisse; mas demos a entender que aceitaríamos o requerimento da matéria discutida, sem prejuízo dos oradores inscritos.
Mas a violência foi tamanha que alguns Srs. Deputados da maioria eram de opinião que a matéria fôsse dada por discutida, sem prejuízo dos oradores inscritos.
Não só não fizeram isso, mas deixaram na situação de não poderem falar oradores que já tinham indicado que falariam.
Propositadamente fizeram isso, para dar gosto ao Sr. António Fonseca, para que êle visse as suas propostas votadas com agravo manifesto para nós, visto que dêste lado da Câmara estavam oradores inscritos, que se propunham mostrar ao Sr. António Fonseca que os factos que apresentara estavam contrariados por outros factos que constavam também dos Diários das Sessões, e que S. Ex.ª, tendo lido êsses Diários dos dias já citados aqui, não leu outros que deveria ler, como aquele do dia seguinte àquele a que se referiu, e no qual o Sr. Domingos Pereira fazia declarações de que o que se votara não estava no espírito da proposta.
Àpartes.
Nada disto deixou o Sr. António Fonseca fazer-lhe ver, porque só tinha o propósito de ver aprovada a sua proposta, fôsse ou não com agravo dêste lado da Câmara.
Àpartes.
Interrupção do Sr. António Fonspca que não foi ouvida claramente.
O Orador: — S. Ex.ª, ao apresentar a sua proposta, poucas palavras disse para a defender.
Citou factos passados em algumas sessões desta Câmara, mas ocultou outros, não permitindo que a parte contrária os apresentasse.
Àpartes.