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Sessão de 6 de Julho de 1923
para a guerra tínhamos ido, foi aqui atacado na Câmara de então, Câmara sidonista, porque eu tenho orgulho de ter sido sidonista, foi S. Ex.ª, atacado em termos tais que me revoltaram, e V. Ex.ªs, embora se cansem, permitam-me que eu leia o que então disse perante a hostilidade quási geral que tinha dentro dessa Câmara. V. Ex.ªs vão decerto fazer-me o favor de permitir que eu leia essas minhas palavras, por que preciso fazer justiça a mim próprio.
Leu.
Presto justiça aos que a merecem, e presto justiça ao Sr. Norton de Matos, com quem não tenho relações, mas costumo prestá-la mesmo aos que não são meus amigos.
Apoiados.
Vozes: — Muito bem, muito bem.
Sr. Presidente: se neste país se soubesse que, quando lá fora os homens públicos verificam que o problema deis reparações pode levar a Europa à guerra contra as reclamações da França, que o problema das reclamações é o único que é superior a todos os problemas financeiros e económicos actuais, havia um Presidente do Ministério que, em resposta a um Deputado interpelante, se limitara a dizer qual a situação de Portugal, neste assunto, lhe dava a resposta que me foi dada, e nada mais, isto bastaria para lançar um ministério a terra.
Apoiados.
Não quero ferir a nota sistemática de oposição, e apenas dizer o meu pensamento sem lisonja.
O Sr. Presidente do Ministério poderá ser o homem que com a sua ligeireza de frase faltou à verdade, o que seria um êrro de equilíbrio de S. Ex.ª
Apoiados.
É de mais. Há um homem a quem só pregunta se aceita o ponto de vista inglês; se estamos ou não ao lado incondicionalmente da Inglaterra, e responde o que a Câmara ouviu.
Devia S. Ex.ª responder assim?
E uma falta de consideração por si próprio, e pelos Deputados (Apoiados) e manifestamente um crime perante o país.
Apoiados.
Ainda ontem um jornal transcrevia um artigo de uma folha inglesa, o Daily Mail, de cuja leitura se conclui, primeiro, que estamos em frente da probabilidade de uma rotura na frente única dos aliados, e segundo a hipótese de um acôrdo entre a Inglaterra e a Alemanha para a resolução das reparações.
Nestas circunstâncias, a Inglaterra, que tem estado ao nosso lado defendendo os nossos direitos, defenderá a nossa dívida?
Qual será a nossa situação?
O Parlamento sem distinção de cores políticas tem direito a uma resposta do Sr. Presidente do Ministério.
Não me atire S. Ex.ª com qualquer diatribe inferior a si próprio.
O Sr. Presidente do Ministério, examinando a sua consciência e vendo como tem atacado os problemas nacionais, não julgue que pode dar resposta diferente da que deve dar.
Não é preciso pôr a mão na consciência, basta o sentimento da dignidade do Poder para indicar ao Sr. Presidente do Ministério o caminho da rua.
Tenho dito.
Vozes: — Muito bem.
O orador foi muito cumprimentado.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, devolver as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
O Sr. Ministro da Agricultura (Fontoura da Costa): — Sr. Presidente: no dia 1 de Julho tive a honra de apresentar uma proposta que foi publicada no Diário do Govêrno.
Se até o dia 10 de Julho não fôr êste assunto discutido, terá de ser publicada a tabela de preços do trigo.
Assim, eu requeiro que seja consultada a Câmara sôbre se permite que a minha proposta seja discutida na segunda parte da ordem do dia.
Tenho dito.
O orador não reviu.
O Sr. Presidente: — Tendo o Sr. Ministro da Agricultura requerido para entrar em discussão a proposta n.º 532-D, que ainda não tem parecer, vou consultar a Câmara sôbre se permite que ela seja