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Diário da Câmara dos Deputados
de realizado, pois a verdade é que em vez de ter sido uma boa operação financeira, como alguns julgavam, foi uma operação verdadeiramente ruinosa.
Mas, Sr. Presidente, essas propostas de finanças, primitivamente apresentadas, foram para a comissão de finanças, sabendo toda a gente o que se passou, isto é, o tempo que essas propostas levaram na comissão de finanças, cuja maioria pertence, não à oposição, mas sim à própria maioria.
O mesmo se deu, Sr. Presidente, com as propostas ultimamente apresentadas, as quais foram igualmente para a comissão de finanças que lá as teve durante muito tempo, não igualmente por culpa dos membros da oposição, mas sim somente por culpa dos seus membros que pertencem à própria maioria, pois o único homem que lá esteve por parte da oposição, e que ninguém é capaz de negar que não tivesse trabalhado dedicadamente, foi o ilustre Deputado o Sr. Barros Queiroz.
Êle, Sr. Presidente, soube cumprir o seu dever, trabalhando por elas, disse palavras claras, chamando às cousas os seus próprios nomes, pois a verdade é que parte dessas propostas, não prestando para nada, eram absolutamente inaceitáveis.
Apoiados.
Tinha o direito de o dizer, de o fazer, e fô-lo, no seu legítimo direito, como membro da comissão, não perturbando, em nada, êsses trabalhos.
Todos sabem, Sr. Presidente, as dificuldades que a maior parte das vezes havia para reunir essa comissão, não por falta dos seus membros pertencentes às oposições, mas sim dos seus membros pertencentes à própria maioria, razão por que não compreendo, Sr. Presidente, nem posso compreender, que o Sr. Presidente do Ministério nos venha dizer que lhes têm criado dificuldades, quando é certo que todas essas dificuldades lhes têm sido criadas, não pelas oposições, mas sim única e simplesmente pela maioria que não quere trabalhar.
Isto, Sr. Presidente, dá-nos a entender que a maioria vê que o Govêrno não pode viver, tolerando-o apenas.
Muitos apoiados.
Há casos, Sr. Presidente, que são exclusivamente da responsabilidade do Govêrno, pois, a verdade é que, sabendo-se, como já se sabe, que já existem apuramentos de determinados casos, o que facto é que o Govêrno não executa a lei como lhe cumpre.
O Govêrno, Sr. Presidente, não tem feito absolutamente nada, conservando-se naquelas cadeiras como uma múmia, pretendendo apenas viver, ainda que seja com balões de oxigénio.
Sr. Presidente: aguardarei as declarações do Sr. Presidente do Ministério respeitantes à abertura e solução da crise para depois fazer as minhas considerações.
Mas, vou mandar para a Mesa a minha moção que traduz o ponto de vista do meu partido.
O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.
A moção é a seguinte:
A Câmara reconhecendo que ao Govêrno falta o prestígio e a capacidade para útil e proficuamente gerir os negócios públicos, resolve retirar-lhe a sua confiança e passa à ordem do dia. — Álvaro de Castro.
O Sr. Cunha Leal: — Sr. Presidente: concretizando o que tenho a dizer, vou mandar para Mesa a minha moção:
Leu.
Confesso que apesar da continuidade nas lutas políticas, me sinto vexado Intimamente, traduzindo-se isso até numa prostração física.
Não posso ouvir o Sr. Presidente do Ministério nos seus dias solenes, em que êle, invocando exemplos mais altos, pretende servir-se contra o Parlamento do chicote dos 9 rabos!
Confesso que me sinto vexado.
Apoiados.
A argumentação do Sr. Presidente do Ministério é pueril; só serve para vexar o Parlamento, porque demonstra a inferioridade do Poder Executivo.
Eu falo claro, e exijo igual clareza ao Sr. Presidente do Ministério; porque, se as suas faculdades não lhe chegam para tanto, abandone o cargo.
Apoiados.