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Sessão de 24 de Janeiro de 1924 9

A simples citação do nome do autor de Os Lusíadas está acima do tudo quando eu poderia dizer para justificar êste projecto; e por isso limito-me a pedir para nêle a urgência e dispensa do Regimento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

Foram concedidas a urgência e a dispensa do Regimento;

O Sr. Presidente: — Vai entrar em discussão.

Foi lido na Mesa.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (António da Fonseca): — Sr. Presidente: concordo em que seja considerado feriado-o dia 5 de Fevereiro, em comemoração do quatricentenário do nascimento do imortal autor de Os Lusíadas: Mas como a aprovação do projecto acarreta, embora não pareça, um aumento de despesas eu lembro a necessidade de sôbre o assunto ser ouvido o Sr. Ministro das Finanças, em conformidade com as disposições da lei-travão por cujo cumprimento todos nós vimos pugnando.

Estou certo de que S.Exa. não recusará o seu «concordo», e, neste caso, a Câmara não terá embargo algum para aprovar o projecto, respeitando-se as praxes de uma lei à qual não devemos faltar.

Proponho, pois, que se suspenda a discussão do projecto até à chegada do Sr. Ministro das Finanças a quem informarei do que se passa.

O orador não reviu.

Consultada a Câmara sôbre esta proposta foi deliberado aguardar-se a presença do Sr. Ministro das finanças.

O Sr. Tavares de Carvalho: — Sr. Presidente: há dias que venho pedindo a presença do Sr. Ministro da Agricultura; mas S. Exa. ainda aqui não compareceu.

Peço pois a V. Exa. que mande prevenir aquele Sr. Ministro de que eu desejo ouvir a sua opinião sôbre o magno assunto da carestia da vida, do qual tratarei logo que S. Exa. aqui venha, tencionando nessa mesma ocasião pedir-lhe alguns informes de que careça relativamente a importação de trigos o aumento de preço das farinhas.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Almeida Ribeiro: — Sr. Presidente: faz hoje quatro anos que a República saiu vitoriosa do combato dado em Monsanto aos monárquicos.

Todos os republicanos recordarão com desvanecimento essa data, que, mercê da dedicação e coragem dos amigos das instituições e dos seus naturais defensores, marca a consolidação das mesmas instituições.

Não podemos calar, como preito da nossa homenagem, a gratidão que devemos àqueles heróis que na defesa do seu ideal souberam com denodo derramar o seu sangue e dar a sua vida.

Proponho, portanto, que na acta desta sessão se lance um voto de homenagem e de saudade pêlos que tombaram no campo da luta e de congratulação pelo triunfo alcançado sôbre aqueles que pretendiam derrubar o regime.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: sabe V. Exa., e a Câmara também,
que nunca tivemos palavras de agravo contra aqueles que pensam de forma contrária àquilo que representa o nosso ideal político e que, cada vez mais, constitui a nossa crença no bem da Pátria.

Agora, que consideramos indispensável a salvação do País; a união de todos os portugueses, muito menos as teríamos.

Assim, pois não poderíamos hesitar, em votar uma saudação que abrangesse todos os portugueses que lealmente e com honestas intenções se bateram em Monsanto, cada qual defendendo aquilo que em sua consciência considerava mais útil ao bem do seu País.

Nas condições em que o Sr. Almeida Ribeiro fez a proposta, nós não poderemos aprovar, sem que todavia isso signifique falta de respeito pelas crenças dos outros. É tam somente porque nós, convictamente monárquicos, não podemos esquecer aqueles que igualmente só bateram na defesa da nossa causa.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos de Vasconcelos: — Sr. Presidente: em nome do Grupo Parlamentar de Acção Republicana, associo-me ao voto de sentimento proposto pelo Sr. Almeida Ribeiro.