O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 26 de Janeiro de 1924 11

amigo velho, o tenho por S. Exa. a máxima consideração pessoal e muita consideração política, sem embargo de sermos adversários.

Conheço a honestidade de S. Exa. ft, e portanto o que li só mostra quanto tantas vezes se deturpam os factos e se comprometem os homens.

Todos que conhecem o Sr. Vitorino Guimarães sabem que não pode corresponder à verdade o que diz a carta que li.

Vê-se que o caso girava em volta de uma política de suborno o é contra essa política que eu protesto.

Já ouvi dizer que havia uma Liga de Sargentos, mas isso foi desmentido pelo Sr. Domingos Pereira, visto que o nome de S. Exa. foi envolvido no caso.

Acredito na palavra honrada de S. Exa. a quem presto as homenagens da minha admiração.

Posso porém afirmar que a pessoa que só apresentou em Bragança, o fez invocando a sua qualidade de secretário do Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sr. Domingos Pereira, quando assim não era.

Da mesma forma essa pessoa abusou do nome do Sr. Vitorino Guimarães, que era então Ministro das Finanças.

Acho inoportuno que se aprove êste projecto nesta ocasião.

Vou mandar para a Mesa uma proposta que vai remediar êsse inconveniente.

Por esta proposta já os sargentos podem suportar melhor os efeitos da compressão das despesas, como o suportam os oficiais e civis, e por esta forma não ficarão sem pão, nem terão que passar à reserva.

O Sr. Correia Gomes: — Foram promovidos mais de 1:000 oficiais.

Vários apartes.

O Sr. António Maia: — Não é perfeitamente exacto o que acaba de dizer o ilustre Deputado.

O Orador: — Eu é que estou a responder, eu é que estou com a palavra.

Se foram promovidos 1:000, eu não sei.

Se fizesse parto dessa Câmara, teria com a maior energia combatido essa proposta, cuja responsabilidade não tinha.

O Sr. Correia Gomes: — Muitos oficiais que aqui estão dentro foram atingidos.

O Sr. António Maia: — Eu e o Sr. Lelo Portela bastante protestámos.

O Orador: — Mando para a Mesa a minha proposta de substituição.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir às notas taguigráficas que lhe foram enviadas.

Os «apartes» não foram revistos pelos oradores que os fizeram.

O Sr. António Maia: — Requeiro que o parecer e esta proposta baixem à, comissão de guerra.

O Sr. Presidente: — Vai passar-se à ORDEM DO DIA

É aprovada a acta.

Negócio urgente

O Sr. Sá Pereira: — Sr. Presidente: há quatro dias ao começo da tarde, começaram a chegar junto de mim boatos de que no Ministério da Instrução, e no próprio gabinete de S. Exa. o Ministro, havia tido lugar uma reunião de carácter religioso ou para tratar de um assunto que com religião se prendia.

A princípio não quis acreditar em tais boatos, mas a insistência dêsses boatos continuava, chegando junto de mina a informação do que realmente êles eram verdadeiros.

Nesse mesmo dia, pedi a palavra para antes de se encerrar a sessão, mas o Sr. Ministro não estava presente por circunstâncias que desconheço, mas certamente por urgência de serviço público.

Mais tarde, o jornal O Rebate referia o facto.

O que se diz neste jornal é grave, mas o que mais se diz num papel que vou ler ainda é mais grave; é gravíssimo.

Sr. Presidente: o Estado não pode permitir que dentro das suas repartições se faça propaganda religiosa, e muito menos no Gabinete do Ministro.

Assim, Sr. Presidente, espero que o Sr. Ministro da Instrução dê as explica-