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Sessão de 6 de fevereiro de 1924 9

Exceptuam-se porém desta ordem os jornais, seja qual fôr a sua política. Quando algum deles atacar a classe não devem de per si proceder, sem que a vossa comissão de resistência ordene.

Para cumprir e fazer cumprir.—A comissão de resistência do C. T.

Mercê de esfôrços, que não tem sido. feitos por mim porque os não tenho podido fazer, visto que do meu gabinete desapareceu inteiramente qualquer comissão de resistência ou administrativa dos correios e telégrafos, e até mesmo a primitiva comissão que me apresentou as reclamações da classe nunca mais a vi, apesar de a ter recebido sempre com a maior correcção, satisfazendo-lhe as reclamações até o ponto devo dizê-lo, para que o país o saiba — de lhe sugerir que para brevidade de resolução do assunto constituíssem os telégrafos-postais uma pequena comissão com carácter particular, concertada com o Sr. administrador geral e Conselho de Administração, por forma a que emquanto o Parlamento estivesse discutindo as suas bases essa comissão fôsse também trabalhando para eu ficar habilitado, no próprio dia em que as bases fossem publicadas, a fazer a publicação das reclamações, e eu creio que nenhum telégrafo-postal era capaz de ser mais urgente para a sua classe do que eu o fui (Apoiados); mas, dizia eu, mercê de esfôrços vários, notavelmente do Sr. administrador geral e do alguns funcionários superiores da Administração, a situação tende a modificar-se, porque são os próprios funcionários que sentem que lhes falta um ponto de apoio sério a justificar a grave complicação que, para a vida particular, para a vida económica e para a vida social, resulta do acto imprudente em que se lançaram.

Apoiados.

E exactamente porque sentem isso e porque voem que da parte do Govêrno, da parte do Estado, de um modo geral se tem procurado atender ao assunto, pois ninguém ignora que o ilustre Deputado, Sr. engenheiro Amorim, tem já elaborado o relatório da comissão de correios e telégrafos desta casa do Parlamento, tendo sido atendidas as reclamações na sua maior parte porque reconhecem isso e apesar de toda a boa vontade

demonstrada em primeiro lugar pela Administração Geral, por mim, em segundo, e pelo próprio Parlamento representado, neste caso, pela comissão de correios e telégrafos—apesar de tudo, os telégrafos-postais, sem se saber porquê nem contra quem, fazem uma greve ou uma espécie de greve, que é das mais graves que só poderia levar a efeito neste momento, por ir alterar profundamente todo o sistema das nossas relações interiores e exteriores.

Apoiados.

Estou, porém, convencido de que os telégrafos-postais, verificando que da parte do Parlamento e do Govêrno havia toda a boa vontade em atender na medida do possível e das condições financeiras do país a todas as reclamações justas, começaram a modificar a sua atitude e a procurar normalizar desde já os serviços telégrafo-postais. E, assim, é com o máximo prazer que ou saliento o espírito patriótico e acendradamente republicano da classe telégrafo-postal.

Apoiados.

Como Ministro do Comércio não posso deixar de louvar a atitude agora tomada pela classe, reconhecendo ela que a sua posição não ora positivamente a mais simpática para a Nação e a que se não coadunava com os seus próprios interêsses.

Êste facto habilita-me a pedir a V. Exa. e à Câmara não só para que a comissão apresente ràpidamente o seu trabalho, mas para que ' só inicie com a possível urgência o respectivo projecto. Faço êste pedido por constatar que foi a classe telégrafo-postal que resolveu espontaneamente mudar de atitude regressando à normalidade de serviços. Não seria eu, Ministro do Comércio, que resolveria um assunto sob pressão ou sob ameaça fôsse de quem fôsse. Os próprios telégrafo-postais serão os primeiros a reconhecer com êste pedido que faço à Câmara que da parte do Govêrno, assim como da parte do Parlamento, só há boa vontade em atender à sua situação, como, do resto, à de todos os outros serventuários do Estado, desde que façam as suas reclamações dentro da ordem, da disciplina e da legalidade e que tenham um fundo de justiça,

Apoiados.