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20 Diário da Câmara dos Deputados

quási sempre de êxito seguro, poder obter ruinosas facilidades a urgência naquele estabelecimento dum fervoroso amigo que ali defenda as novas ideas políticas e financeiras, calcando a pés juntos o Código Comercial.

Acautele-se a maioria, e a ela muito especialmente me dirijo porque são conhecidos os hábitos políticos dêste Sr. Presidente do Ministério. Êle procura exercer dentro dos agrupamentos uma acção destrutiva permanente.

Vive dos incidentes e das perturbações latentes nos organismos partidários, porque, dentro deles, lhe é impossível situação de primazia ou de utilidade geral se forem fortes e disciplinados.

Vivo de discórdias, ou sejam as que naturalmente surjam entre partidos opostos, ou as que deploràvelmente existam no seio de qualquer partido. Neste momento, em que êle julga soprarem ventos radicais, há-de procurar somar radicais de fora da maioria com radicais de dentro, para fabrico duma amalgama que sirva as suas ambições.

As suas medidas confusas, destruidoras, espectaculosas as suas atitudes ora de súplica, ora de ameaça à maioria, não tendem a outro fim que não seja dispersar, lisonjear a demagogia nova. E se isso, como político partidário, me poderia deixar relativamente indiferente, como cidadão e em nome dos cidadãos que aqui represento mete-me fundados receios. Os tempos não vão para mais experiências negativas; e a maioria e nós sabemos bem que o actual Sr. Presidente do Ministério, se não tem tido grandes fortunas quando destrói, é incapaz de politicamente construir qualquer cousa de bom, de útil e de estável.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro das Finanças (Álvaro do Castro): — Sr. Presidente: pedi a palavra únicamente para dizer a V. Exa. e à Câmara que das minhas palavras nunca se poderia deduzir que eu tenha menos consideração e estima pelo Sr. Vitorino Guimarães, meu antecessor na pasta das Finanças.

A verdade dos fastos é que o Sr. Vitorino Guimarães não necessita dos meus elogios, tendo eu por S. Exa. uma altíssima consideração, não só pelo seu valor,

como pelo seu patriotismo e devotado amor à República.

Muitos apoiados.

Se é facto que S. Exa., lançando no mercado um empréstimo, não alcançou aquilo, que seria para desejar, não se tornando inteiramente efectiva a sua obra, isso deve-se à falta daqueles elementos que não dependem do Ministro das Finanças.

A obra de um Govêrno, de um Ministro das Finanças, não se pode realizar somente com o seu esfôrço próprio: — necessita de um certo número de elementos, que, conjugados com o seu esfôrço, a podem tornar útil para o País.

Se é facto que essa medida não alcançou os fins desejados, isso não quere dizer que das minhas palavras se possa deduzir que eu tenha, menos consideração por S. Exa.

A verdade é que tenho pelo Sr. Vitorino Guimarães muita consideração pelo seu valor, pelo seu patriotismo e pelo seu devotado amor à República.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Jorge Nunes: — Sr. Presidente: está em discussão o artigo 1.° da proposta de lei em que o Govêrno pede determinadas autorizações.

O ilustre leader da Acção Republicana, porém, interrompendo o ilustre Deputado, Sr. Barros Queiroz, entendeu que êle não estava na ordem, isto é que estava discutindo um assunto completamente diferente daquele que se acha contido no artigo 1.° em discussão.

O Sr. Américo Olavo (interrompendo): — E sustento ainda; pois o facto de o Sr. Presidente do Ministério ter falado no assunto não quero dizer nada; S. Exa. limitou-se a responder às considerações feitas pelo Sr. Barros Queiroz o que não podiam ficar sem resposta.

O Orador: — Sr. Presidente: segundo o ponto de vista do ilustre leader da Acção Republicana, nenhum Deputado se poderá referir às conseqüências da Aplicação do artigo 1.°

S. Exa. labora num êrro.

Quando eu falo na generalidade tenho de me referir a todos os artigos pará-