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10 Diário da Câmara dos Deputados

Carvalho da Silva ou aos seus correligionários, nem tam pouco a qualquer, política com representação nesta Câmara.

Mas que, há política, não há dúvida; e a prova-está num telegrama expedido pata Braga ao Sr. Eduardo Santos, secretário de finanças daquela cidade.

Êste telegrama é enviado pelo, Sr. Teixeira Danton, ligado aos elementos da Batalha e da Confederação Geral do Trabalho.

É de admirar que o Estado republicano tenha ao serviço elementos que são contrários à organização do mesmo Estado, e que consinta que êles o combatam, de uma maneira activa e revolucionária, além de doutrinàriamente o fazerem também.

Eu posso afirmar que o movimento do funcionalismo tem um fim político; e porque disso estou convencido mandei preguntar se os directores gerais e os chefes de repartição colaboraram no movimento. Acabo de ser informado de que são contrários à greve, estando ao lado do Govêrno para adoptar, as medidas que êste entender.

Sr. Presidente: produzi estas considerações para o Parlamento saber o que pensa a êste respeito o Ministro das Finanças. Dentro da minha pasta, como aconteceria nas outras, faria substituir todos os funcionários que abandonaram os seus lugares, encerrando-se imediatamente as repartições que se puderem encerrar.

O sacrifício vai começar, pelo Govêrno, que certamente vai aplicar medidas draconianas mas fá-lo há, porque acima de todos nós, está a salvação pública neste momento.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva (para explicações): — Sr. Presidente: tinha ontem pedido a palavra para explicações a fim de responder ao Sr. Presidente do Ministério acerca Hás considerações por mim feitas neste debate.

No emtanto, tratando-se de um assunto relativo à situação do funcionalismo público e depois das declarações feitas pelo Sr. Presidente do Ministério, eu não desejo de maneira nenhuma protelar o de debate, limitando-me a declarar a S. Exa. que, apesar de êste lado da Câmara não

depositar a menor confiança nó Govêrno, abstemo-nos por agora , de discutir o assunto, porque entendemos que não é neste momento oportuna a sua discussão.

Dizemos também ao Sr. Presidente do Ministério que em tudo que diga respeito propriamente à segurança do Estado e à ordem pública, S. Exa. não encontrará dêste lado da Câmara uma única palavra que possa contribuir para a alteração da ordem; e, sem votarmos a moção de confiança, apoiamos qualquer Govêrno numa emergência desta natureza.

Tenho dito.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O orador não reviu.

O Sr. Jorge Nunes (para explicações): — Sr. Presidente: tinha ontem feito algumas

considerações sôbre a forma como o Govêrno entendeu resolver as reclamações
feitas pelos funcionários públicos civis, e ao mesmo tempo, em nome do Partido
Nacionalista, tenho declarado a V. Exa. que não votamos a moção de confiança
apresentada pelo Sr. Pires Monteiro.

Mas a questão tal como foi posta ontem passa hoje para um campo secundário em presença doa factos passados.

É certo que continuamos como desde a primeira hora convencidos de que não é êste o Govêrno; capaz para o momento difícil que atravessamos, porquanto ainda êle continua a não nos merecer confiança alguma; mas, não deixando de reconhecer que o Governo,tem nas leis e regulamentos, todos os meios bastantes para proceder eficazmente, nós, sem que o Govêrno nos mereça confiança pelo que não lhe votamos a moção apresentada pelo Sr. Pires Monteiro, vendo nele apenas a entidade Poder Executivo, não lhe negamos o apoio de que êle carecer, todas as vezes que a disciplina fôr infringida e o prestígio do Estado esteja em perigo, ou a ordem pública seja perturbada.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carlos Olavo: — Sr. Presidente: o Grupo Parlamentar de Acção Republicana já ontem tinha definido a sua posição em face das reclamações dos funcionários públicos, não só pela moção apresentada,