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Sessão de 13 de Junho de 1924 13

É a seguinte:

Proposta

Propomos que não se realize às sextas-feiras sessão nocturna.

13 de Junho de 1924.— Os Deputados, Pinto Barriga — Vitorino Mealha — João de Sousa Uva — António Pais — Sá Pereira — Tavares Ferreira — José Pedro Ferreira.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Sr. Presidente: era melhor que os ilustres Deputados fossem mais francos e propusessem que acabassem as sessões nocturnas.

Já foram marcadas oito e nenhuma se realizou devido a não ter havido número.

Não tenham V. Exas. dúvidas de que, até o fim do ano económico, não se realizarão meia dúzia de sessões nocturnas.

Sr. Presidente: por êste motivo, não deixando de dar o meu voto à proposta, eu entendo que ela deve ser ampla, acabando de vez com as sessões nocturnas o determinando que o Orçamento passe a ser discutido nas sessões diurnas.

Tenho dito.

Foi aprovada a proposta.

O Sr. Carvalho da Silva (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: corre nesta Câmara que o Sr. Barros Queiroz acaba de enviar para a Mesa uma carta renunciando ao seu mandato de Deputado. Peço a V. Exa. que me informe a êste respeito.

O Sr. Presidente: — Por emquanto não existe na Mesa nenhuma carta nesse sentido.

O Sr. Presidente: — Continua em discussão o projecto sôbre os impostos.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: continua êste Parlamento na sua obra de inimigo declarado do País. Não elaborou até hoje uma única medida em defesa do País; mas, pelo contrário, como ainda ontem sucedeu, só pensa em fazer extorsões aos credores do Estado, em lançar impostos sôbre o capital e em diminuir, a fortuna dos particulares.

Afirmo a V. Exa., Sr. Presidente, com a maior sinceridade que é com sacrifício

extraordinário que nós, os Deputados dêste lado da Câmara, nos continuamos a manter no Parlamento, porque efectivamente o Poder Legislativo, tal como existe e proceder em nada representa a vontade da Nação.

O Sr. Paulo Cancela de Abreu: — Quem manda é o Directório.

Ó Sr. Velhinho Correia: — Felizmente não é ainda Paiva Couceiro quem governai

O Orador: — Oxalá que fôsse, porque não nos arrastaria a esta obra que envergonha aqueles que têm responsabilidades na administração pública.

O Parlamento não tem feito outra cousa senão uma obra que constitui uma verdadeira provocação, à qual o País, se não estivesse a dormir um sono inexplicável, teria respondido como se costuma, responder a quem assim procede.

O Sr. Vitorino Godinho: — Se acha que o País está adormecido, acorde-o e depois queixe-se.

O Orador: — Há-de acordar.

O Sr. Velhinho Correia: — Isso é um ataque de esterismo da parte de V. Exa.!

O Orador: — Não confiem demasiadamente no sono do País, porque êle há-de acordar para não continuar a ser a massa falida a que o Parlamento o levou.

O Sr. Velhinho Correia: — V. Exa. aparece que está a falar num comício!

O Orador: — Nunca andei em comícios como V. Exas. andaram, a pregar e a prometer ao País o contrário do que têm feito.

O Parlamento continua na sua obra criminosa de lançar impostos e mais impostos sôbre géneros de primeira necessidade, como são os produtos da lavoura e do comércio.

Êste Parlamento recebe constantemente indicações da opinião pública, do norte a sul do País, para que diminua as escandalosas despesas da administração pública; e, estando nós a quinze dias do novo ano económico, ainda não gastou