O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 Diário da Câmara dos Debutados

tório está sendo um topa-a-tudo, desempenhando papéis que estão abaixo das suas qualidades políticas. Não posso deixar de lamentar o papel de criado do Sr. Afonso Costa que S. Exa. está fazendo. A sua atitude não pode ser considerada por outra forma pela minoria nacionalista.

O Sr. Presidente do Ministério vê, sente bem, a sua falência dentro do Parlamento. S. Exa. está convencido de que êste Parlamento não lhe dá a existência que podia esperar. Então porque não se vai embora?

O Sr. Presidente do Ministério está convicto de que êste Parlamento não lhe dá aquela assistência indispensável para governar, e S. Exa., que é um republicano que em qualquer circunstância pode prestar serviços à República, está às ordens do Sr. Afonso Costa.

Apoiados.

Temos o direito de preguntar ao Sr. Presidente do Ministério só é possível que esta farça continue.

Apoiados.

Cada homem está no Govêrno representando um papel que por direito próprio lhe é imposto.

Porventura pretende S. Exa. representar o papel dum homem que se não sabe dirigir a si próprio?

Não podemos assistir a êste espectáculo de estar-se à espera do elogio do Século, e à espera do que diz o homem de Paris. Isto pode continuar com a nossa subserviência?

Sem sabermos se nos podemos dirigir por nós próprios, governarmo-nos pelas nossas cabeças ou impulsões, mas pela cabeça ou indicações de quem quer que seja, que não quere arriscar aquilo que nós arriscamos a vida? Isto pode continuar?

Tem a confiança plena, completa do Partido Democrático? Não importa. Quando todos nós nos convencermos de que chegou a hora de não haver qualquer fôrça política, atitudes e meios para combater, não temos outra cousa a fazer senão seguir o exemplo do homem honrado que se chama Barros Queiroz. Deixaremos também o Parlamento entregue ao seu próprio destino, à própria grandeza da sua missão conscienciosa, não obedecendo à influência de ninguém de fora.

V. Exas. sabem que através de todas as discordâncias da minha vida política — è tantas têm sido, — tenho mantido sempre a atitude dum adversário leal.

Não digo isto por fazer uma baixa especulação política, mas porque me revolto sinceramente contra a situação em que colocam V. Exa.

Apoiados.

Não concordamos com os seus actos, com a sua política financeira; não concordamos com as suas medidas de ditadura.

Apoiados.

Estamos contra V. Exa., mas de cara descoberta e lealmente.

Conta V. Exa. com o apoio do Partido Democrático para o efeito de ir para diante?

Sabe V. Exa. que a ditadura longe de nos esmagar nos dá coragem como homens dignos;

Estará V. Exa. convicto de que é o homem que convém neste momento ao País?

Está certo de que o exemplo que lhe deu o Sr. Ministro do Comércio, Nuno Simões, não é o exemplo que, porventura, tem a seguir?

V. Exa. certo disso?

Pregunto isto à sua própria consciência.

Opor-nos hemos a toda a violência, determinados por legítimos interêsses da República e da Pátria.

Os que querem que V. Exa. continue, os que querem que continue a ficção, — dum lado; os que não a querem — doutro.

V. Exas. querem obrigar o Parlamento a publicar a sua própria abjecção.

Apoiados.

Vejamos se V. Exa. consegue obrigar o Parlamento a decretar o si próprio a falência.

Nessa hora eu não tenho mais nada a fazer aqui.

Apoiados.

Mas V. Exa. encontrar-se há porventura isolado com a maioria.

A crise actual não pode deixar de ter um aspecto especialíssimo.

Nós estamos poucos nesta Câmara e não estamos nesta casa sem o respeito que devemos ter uns para com os outros; mas uns tem a coragem suprema