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Sessão de 26 de Junho de 1924 23

Vamos agora ver os outros e eu tenho muita honra em discutir cora quem quer que seja para aprender com as pessoas que sabem mais do que eu.

Leu.

Foi fácil ao Sr. Presidente do Ministério arranjar êste número. Não é obra sua, é o resultado duma política honesta, do não preenchimento das vacaturas existentes.

Portanto, está aqui como uma quantia necessária neste arranjo de contas, e é absolutamente verdadeiro.

Segue-se a redução dos encargos das obrigações dos tabacos.

Trata-se duma operação já realizada, por conseqüência é um número que também não pode ser contestado, tanto mais que provém de coeficientes certos e acções conhecidas na sua quantidade.

Segue-se o número que respeita à supressão da emissão da 2.ª série dos títulos de 6 1/2 por cento. Trata-se também dum número que é um arranjo de contabilidade.

Segue-se a redução do pagamento dos encargos da dívida interna ao câmbio de
23/8.

Êste número é dos mais contestados. Eu também fui daqueles que procuraram saber da sua veracidade, e verifiquei que êle corresponde inteiramente à verdade.

O Sr. Hermano de Medeiros (interrompendo): — O orador está fora da ordem! Não pode ser!

O Orador: — Tinha muita graça que eu estivesse fora da ordem quando estou a justificar os termos da minha moção.

Sr. Presidente: no que respeita à redução feita nos encargos da dívida externa, devo dizer a V. Exa. que a medida do Sr. Presidente do Ministério foi tam oportuna, como eficaz, e os números apresentados traduzem a verdade. Vou contar até a V. Exa. um facto que muito deve penalizar aquelas pessoas que diziam que esta medida prejudicando os créditos do País não dava os resultados que o Sr. Presidente do Ministério queria. Êste facto é absolutamente verídico.

Logo no dia seguinte àquele em que foi publicado o decreto uma quantidade de portugueses portadores dos títulos procuraram mandar para Londres uma porção
dos seus papéis para conseguirem que banqueiros ingleses os tomassem, beneficiando assim dos privilégios consignados pelo mesmo decreto. Realmente, alguns dêstes portugueses conseguiram vender parte dos seus títulos, mas o que a Câmara não sabe é que quando o decreto foi conhecido em Londres êsses indivíduos foram obrigados a recomprá-los e por preço muito inferior, porque os banqueiros ingleses fiéis cumpridores da lei não queriam ser cúmplices duma burla. Assim, quem tinha dêstes títulos teve de ficar com êles.

O Sr. Hermano de Medeiros (interrompendo): — O orador está fora da ordem.

O Orador: — Que graça eu estar fora da ordem...

A moção que ou apresento e envio para a Mesa diz:

Moção

A Câmara, confiando no Govêrno pelo seu esfôrço de ordem financeira tendente a melhorar as condições do Tesouro, a sanear o escudo da política dos aumentes de circulação fiduciária e marcando antes uma atitude enérgica contra as oligarquias financeiras que tem conduzido o País à ruína, aguarda a continuação da execução do seu plano por julgar de oportunidade a legalidade das medidas adoptadas, passando â ordem do dia.— F. O. Velhinho Correia.

Tem graça que só diga que estou fora da ordem, quando as considerações que estou fazendo são em defesa do que digo nesta moção.

Sussurro.

Trocam-se àpartes.

Vozes: - O orador está fora da ordem!

O Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara.

O Orador: — Vendo os números, tem de se reconhecer que muito se deve à acção do actual Govêrno.

Assim pelo imposto de sêlo obter-se há uma receita que será superior à que foi calculada, de 20:000 contos.

Temos também os emolumentos consulares...