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Sessão de 23 de Julho de 1924 21

Quanto aos alunos, sofrendo, em geral, do mal de que toda a sociedade portuguesa está sofrendo...

O Sr. Carvalho da Silva: — Não V. Exa.

Risos.

O Orador: — Eu pertenço a uma geração que cultivava o sport, e, portanto desenvolvi-me fisicamente.

Ia eu dizendo que os alunos pouco tempo têm para se dedicarem à cultura física, absolutamente necessária à saúde corporal e moral.

A República apesar de que os republicanos, em matéria de ensino, tanto e tanto atacaram o regime monárquico, infelizmente pouco mais tem feito. Se espalhou mais o ensino do que a monarquia, no emtanto não procurou difundir nas escolas aquele espírito republicano absolutamente indispensável para uma livre crítica e desenvolvimento nacional da mentalidade portuguesa.

Os institutos escolares, afora o Colégio Militar e o Instituto dos Pupilos do Exército, instituições modelares a que a República indiscutivelmente deu um desenvolvimento notável, não obedecem aos preceitos pedagógicos, nem ao mais elementar princípio de higiene.

Sr. Presidente: há mais de um ano que o Sr. João Camoesas apresentou nesta Câmara o seu plano do instrução e até hoje não foi pôsto na ordem do dia, e agora foi mandada para a Mesa uma proposta para serem anulados os decretos publicados pelo Sr. Helder Ribeiro.

Se formos esperar a aprovação do plano de instrução do Sr. João Camoesas para regular a questão dos liceus, temos de esperar muito e certamente êsse plano já se perdeu no montão de propostas que dormem o sono dos justos nas comissões. Sr. Presidente: creio que se encontra na sala o Sr. Ministro da Agricultura, e, se é necessário, interrompo as minhas considerações para S. Exa. fazer a sua apresentação.

Pausa.

O Orador: — Sr. Presidente: continuando, quero dizer que estranhei que o Sr. Baltasar Teixeira afirmasse que, excepto onde houvesse universidades, devia haver liceus, e terminasse as suas considerações mandando para a Mesa uma proposta que torna centrais todos os liceus do país, isto certamente emquanto se espera a aprovação do plano do Sr. João Camoesas.

O Sr. Baltasar Teixeira, com a sua modelar conduta, com a sua grande influencia, a sua idea genial, o seu passado de republicano, vem-nos mostrar que é canhoto.

O Sr. Baltasar Teixeira por um lado satisfaz a politiquice e por outro lado vai ferir princípios económicos e aumentar as despesas contra os princípios do Sr. Álvaro de Castro e seguidos pelo actual Govêrno que S. Exa. apoia.

É de preguntar ao Sr. Ministro da Instrução se S. Exa. perfilha a proposta do Sr. Baltasar Teixeira, pois é um golpe que dá no plano económico e de severas reduções apresentado pelo Sr. Álvaro de Castro.

Perante a minha pregunta, é de esperar uma resposta do Sr. Ministro da Instrução, e eu interrompo as minhas considerações para ouvir S. Exa.

O Sr. Ministro da Instrução Pública (Abranches Ferrão): — Sr. Presidente: tencionava usar da palavra e dar a minha opinião depois de os Srs. Deputados falarem, mas, visto S. Exa. querer já uma resposta, dar-lha hei.

Não perfilho a proposta, mas entendo que as Escolas Primárias Superiores precisam ter outra feição.

O Orador: — Em vista da resposta do Sr. Ministro da Instrução, não tenho melhores argumentos e dou por terminadas as minhas considerações.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Carvalho da Silva: — Sr. Presidente: V. Exa. pode informar-me se o Sr. Ministro da Agricultura se apresentou ao Senado, infringindo assim as normas parlamentares?

Apoiados.

O Sr. Presidente: — Não tenho comunicação alguma a êsse respeito.

O Sr. Garcia Loureiro: — Sr. Presidente: não era meu propósito usar da pala-