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Sessão de 12 de Novembro de 1924 13

Sr. Presidente: vê-se bem o que sucede na República com os homens que levam o país às situações mais desastradas.

O Sr. Norton de Matos foi premiado, depois de ter desgraçado a província de Angola e quando era indispensável averiguar todas as suas responsabilidades, com a nomeação para o cargo de embaixador em Londres! O homem que, por qualquer êrro ou seja pelo que fôr, cometeu o crime de levar à situação que levou aquela nossa província, em -qualquer outro país não mais apareceria em público com uma governação de destaque! Mas nesta República premeia-se êsse homem!

Fez-se há pouco uma operação, o chamado «empréstimo rácico», defendida nesta casa do Parlamento, com o calor com que defende tudo e o contrário, pelo Sr. Velhinho Correia, que foi a mais ruinosa das operações financeiras. O Estado não recebeu dela um real, porque ela não foi mais do que uma conversão de bilhetes de Tesouro para títulos de dívida consolidada.

Os homens autores desta obra e que a defenderam têm no dia seguinte o quê? São chamados, como sucedeu com o Sr. Velhinho Correia, a ocupar a pasta das Finanças na situação difícil e aflitiva em que o país se encontra!

Os homens que em matéria de regimes de trigo, por exemplo, foram responsáveis pela política que custou ao país 500:000 contos, em vez de nunca mais aparecerem, tantos e tam grandes são os estragos que ao País têm feito, continuam a apresentar-se como grandes homens e continuam a ser ministros!

Foi o País levado para a guerra europeia nas condições que sabemos.

Um homem principalmente, o Sr. Afonso Costa, apenas alargar a circulação fiduciária para resolver a situação financeira do País. E êsse homem ruinoso, dos mais ruinosos em qualquer pais, apresenta-se nesta República como o salvador por quem se espera ansiosamente, para trazer a felicidade a esta desgraçada terra portuguesa.

Esta República arruína o País aos milhões de contos; e os homens que a servem neste caminhar para o abismo continuam a ser os grandes vultos do País.

Está em centenas de milhares de contos a dívida da província de Angola. Corre a
vida dessa província perigos de toda a ordem que, repito, não quero de nenhuma maneira pôr em destaque.

Custou-nos 500:000 contos o pão político. Custaram-nos centenas de milhares de contos os Transportes Marítimos e os Bairros Sociais. O empréstimo rácico, sem trazer um real para o Estado, acarretou-nos despesas de milhares de contos por ano. E no fim disto tudo o regime que fez esta obra ainda teima em contínua a desgraçar êste País.

Cada vez reputo com mais razão que é a monarquia a única salvação do País. Os homens públicos da monarquia eram pobres e morriam pobres.

O Sr. Brito Camacho: — Isso não é argumento. Nas cadeias não há senão gente pobre.

O Orador: — Sr. Presidente : eu espero que o Sr. Ministro das Colónias faça o favor de responder-me a todas estas preguntas que lhe fiz e de me dizer se autoriza ou não os Deputados dêste lado da Câmara a irem amanhã ao seu Ministério consultar os documentos para lá enviados pela comissão que S. Exa. nomeou para fazer o inquérito à Agência Geral de Angola.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Bulhão Pato): — Sr. Presidente: a muita consideração que tenho pelo Sr. Carvalho da Silva e a necessidade de levantar imediatamente algumas das suas afirmações levam-me a usar da palavra neste momento, em vez de, como tencionava, responder a todos os ilustres oradores que se ocuparam do assunto em discussão.

Sr. Presidente: o Sr. Carvalho da Silva acusou a República de ter faltado ao cumprimento dos seus deveres, desprezando as colónias.

Não é verdade. A República tem feito prosperar as colónias, aumentando a sua riqueza.

São os factos que o dizem e êles falam mais alto do que V. Exa.

As estatísticas aduaneiras, as estatísticas da população, as estatísticas do trabalho e da riqueza pública demonstram