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Sessão de 18 de Novembro de 1924 21

Foi beneficiada no tempo do Sr. Álvaro de Castro, o não sei se ainda no inicio dêste Govêrno.

Mas, houve uma ocasião em que o Estado mudou do sistema, não dando nem mais uma libra; e foi quando iniciou a obra da valorização do escudo que a letra apareceu protestada.

Tudo isto é filiado na valorização do escudo.

O Orador: — Folgo com a declaração de V. Exa.

Não quero alongar as minhas considerações; todavia, não quero deixar de chamar a atenção da Câmara para o seguinte facto:

O Sr. Presidente do Ministério, declarou que não tinha razão para convocar o Parlamento, e só o fez para 4 de Novembro, porque então havia necessidade absoluta de se discutirem os orçamentos.

É curioso. Aquilo para que o Parlamento foi convocado, ainda se não começou a discutir.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Rodrigues Gaspar) (interrompendo): — A culpa não é do Govêrno.

O Orador: — A verdade é esta: os orçamentos ainda não começaram a discutir-se.

Sr. Presidente: não vá tirar-se a conclusão de que a Acção Republicana tornou nesta questão uma posição de agressão ao Govêrno.

Não. As cousas têm de ser encaradas tal qual se nos apresentam.

A Acção Republicana o que fez foi dar liberdade aos seus membros para votarem como entendessem.

De resto, isto já tem sido feito por outros Partidos.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro de Interior (Rodrigues Gaspar): - V. Exa. dá-me licença?

Êsse sistema do dar liberdade aos componentes de um Partido, numa questão desta natureza, é novo. Mas aceito-o. O «bloco» é feito de pedra solta.

Trocam-se àpartes.

O Sr. Lopes Cardoso: — Sr. Presidente: pedi a palavra exactamente na altura em que o Sr. Presidente do Ministério declarou que êste debate surgira por motivo das ambições daqueles que desejam escalar o Poder.

Pela parte que me diz respeito e a êste lado da Câmara, Relevo dizer que, se entrámos no debate e foi apresentada uma moção alheia a todos os propósitos políticos, foi com o intuito de concretizar o que se tinha passado durante a discussão, e do propor as medidas necessárias para se acabar com o descrédito público apregoado pelo Sr. Ministro das Finanças.

Sr. Presidente: quando o Sr. Ministro das Finanças nos procurou e mostrou a proposta de lei em que pedia os meios para satisfazer os encargos do Estado, nós imediatamente lhe dissemos que a votaríamos, desde o momento em que fôsse feito um rigoroso inquérito sôbre esta questão.

O Sr. Ministro das Finanças (Daniel Rodrigues) -(interrompendo): — Confirmo as palavras de V. Exa.

O Orador: — Agradeço a V. Exa. as suas palavras.

V. Exa. é um homem de bem e, portanto, é incapaz de dizer qualquer cousa que não fôsse verdade.

Todavia, Sr. Presidente, apesar do que se passou, a proposta foi trazida à Câmara, como se não tivessem sido ouvidas as nossas palavras.

De tudo isto, veio a concluir-se que dominava a idea dum rigoroso inquérito.

Apoiados.

Nós nunca fizemos questão política sôbre este assunto.

Apoiados.

O Govêrno é que fez questão política e veio para aqui dizer que tinha a confiança da opinião pública.

Ora quem representa a opinião pública somos nós; — é o Parlamento.

Apoiados.

O Sr. Presidente do Ministério sabe que não tem a confiança do nenhum dos lados da Câmara.

Apoiados.

Não apoiados.