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Sessão de 18 de Novembro de 1924 43

O Sr. Sá Cardoso: — Mas explicou essa palavra.

O Orador: — O que se vê é que não há harmonia entre o bloco e o Govêrno.

Não se compreende que o Ministério transacto não tivesse conhecimento desta dívida e que o actual Govêrno, que ainda viveu durante o Parlamento aborto, não aproveitasse essa ocasião para trazer êste assunto à Câmara.

De quem é a responsabilidade?

É do Govêrno transacto, logo, é do bloco. Se não é do transacto, iras do actual, a responsabilidade é também do bloco; porque êste Govêrno disse na sua declaração ministerial o seguinte:

Leu.

Nesse ponto foi coerente o Govêrno do Sr. Álvaro de Castro que procedeu em tudo como no empréstimo externo. O seu lema era êste: não pagar!

Apoiados.

Por isso não é do admirar que o Govêrno do Sr. Rodrigues Gaspar encontrasse dívidas e mais dívidas!

Foram elementos do bloco que deixaram por terra o Govêrno anterior e que têm atacado todos os membros do Govêrno porque só pensa na política de carrilhão, político.

Sussurro.

Não nos anima, repito, qualquer má vontade contra o Govêrno. Desejamos apenas que o caso se esclareça completara ente.

Neste momento e nesta questão não somos precisamente nós quem mais vivamente ataca o Govêrno; atacam-no sim e duramente aqueles que, devendo-lhe apoio, lhe não prestam.

Apoiados.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Morais de Carvalho: — Sr. Presidente: na malfadada questão que é a questão de Angola, não há maneira de arrancar a verdade senão a ferros.

Só hoje, e pela primeira vez, o Sr. Presidente do Ministério veio fazer a declaração de que as letras vencidas o tinham sido no mês do Junho do corrente ano. É esta afirmação que S. Exa. fez com o intuito, evidentemente, de ferir o seu antecessor, que o Sr. Rodrigues Gaspar não deseja ver como seu sucessor, esta afirmação caiu, afinal de contas, em cheio sôbre o próprio Govêrno de S. Exa.

Então de que acusamos o Govêrno? De não ter procedido com a diligência necessária e de não ter trazido a questão ao Parlamento.

E que vem dizer o Sr. Presidente do Ministério no seu discurso desta noite?

S. Ex a veio dizer nos que, em 7 do Julho, isto é, quando S. Exa. tomou conta das rédeas do Governo, já as letras estavam vencidas.

Mas, se assim é, porque é que S. Exa. só em Outubro se lembra de consultar as instâncias superiores?

A afirmação do Sr. Presidente do Ministério longe de o ilibar das suas responsabilidades, antes as agrava.

Mas S. Exa. teve ainda uma outra forma bastante curiosa de se defender. Afirmou S. Exa.: letras vencidas? letras protestadas? Mas que importância tem isso, se êle há tantas letras vencidas e tantas letras protestadas!

Que bela defesa para o Govêrno e para o regime, esta do Sr. Presidente do Ministério!

No entretanto, o Govêrno que levou três meses a decidir sôbre se sim ou não devia pagar, teve há pouco, pela boca do seu chefe, o arrojo de acusar o Parlamento de levar oito dias para resolver a questão.

O Sr. Presidente do Ministério tem estado hoje em maré de infelicidades, nos seus argumentos.

Querendo defender o Sr. Norton de Matos e querendo referir-se mais particularmente a uma acusação feita pelo Sr. Ginestal Machado, S.Exa. disse: se há muitos carris e muitas máquinas, isso é um bem, pois quantos mais caminhos do ferro, melhor!»

Que grande novidade que S. Exa. nos dá!

Também quantos mais caminhos de ferro existam aqui na metrópole, melhor. A questão toda é que haja dinheiro para os pagar.

Encomendar material sem ter dinheiro para o pagar, é um êrro que pode chegar a ser crime.

Boa defesa essa do Sr. Presidente do Ministério!

Mas vamos a outro ponto e que é o que