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42 Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Ribeiro de Carvalho: — Até da própria maioria.

Apoiados.

O Orador: — Para haver confiança era preciso que houvesse uma moção de confiança da parte da maioria.

O Sr. Presidente do .Ministério disse que as letras vencidas tinham sido de 2 a 17 de Junho e o Govêrno só tomou posse em 9 de Julho e o Sr. Sá Cardoso disse que o Sr. Álvaro de Castro não teve conhecimento.

Eu sei que as letras eram da agência de Angola, mas o Ministro tem obrigação de saber quando houve o protesto.

O Sr. Presidente do Ministério disse que se tinham feito favores à casa Fonsecas, Santos & Viana.

O Sr. Sá Cardoso: — Não foi isso o que disse o Sr. Presidente do Ministério, mas sim que tinha feito um fornecimento de libras.

Apoiados.

O Orador: — O que disse, foi que a casa Fonsecas, Santos & Viana o outras, receberam determinados favores durante a gerência do Govêrno, que antecedeu êste, e que, mesmo depois dêste Govêrno se ter constituído, alguns receberam; mas que a certa altura...

O Sr. Ministro das Finanças (Daniel Rodrigues): — Não se trata de favores.

As cambiais de exportação que o Govêrno recebe, lança-as outra vez na praça; e por isso pode cedê-las a quem quiser.

Efectivamente, eu entendi mudar de sistema.

V. Exa., portanto, labora num equívoco.

O Sr. Carlos Olavo (em àparte): — Mas V. Exa. não vê que o que convinha ao Sr. Lopes Cardoso era o equívoco!?

O Orador: — Pregunto a V. Exas. se não sou eu que estou com a palavra.

Eu não posso estar equivocado, porque estou a fazer deduções das palavras do Sr. Presidente do Ministério.

Assim, acrescentou depois S. Exa., se bem me recordo, que o Govêrno tinha seguido outra política, que era a da valorização do escudo; e que, portanto, desde essa data tinham acabado os favores prestados à casa Fonsecas, Santos & Viana e outras.

E, se falo nesta firma, foi por que o Sr. Presidente do Ministério a citou, porque para mim todas merecem a mesma consideração.

De forma que acabaram os lavores nessa altura e as letras em seguida apareceram protestadas.

Nesta altura, Sr. Presidente, tenho a fazer uma declaração em nome do meu Partido: é que ele nunca socorreu a finança, ou deu auxílio monetário a ninguém.

Apoiados.

O Sr. Joaquim Ribeiro: — V. Exa. está a fazer uma especulação que não é digna do seu nome!

O Orador: — Eu digo aquilo que entendo e não tenho que pedir licença a ninguém.

Apoiados.

O Sr. Carlos Olavo: — Mas não tem o direito de levantar suspeições contra, ninguém!

O Orador: — Não levanto suspeições a ninguém; repito as palavras do Sr. Presidente do Ministério.

O Sr. Sá Cardoso: — Mas adultera-as!

O Orador: — Eu estou falando apenas por aquilo que ouvi hoje nesta casa do Parlamento e que preferia não ter ouvido.

Foi o Govêrno que antecedeu o Govêrno do Sr. Rodrigues Gaspar que deixou por pagar as letras? Não sou eu que o digo; é o Sr. Presidente do Ministério. Se não há verdadeira exactidão nas palavras de S. Exa., não é a êste lado que se devem pedir explicações, mas ao bloco.

O Sr. Joaquim Ribeiro: — O êrro partiu de Sr. Presidente do Ministério que empregou a palavra favores.