O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

14 Diário da Câmara dos Deputados

Mas, voltemos à apreciação do Orçamento.

Vamos ver as desposas,

As despesas, Sr. Presidente, com todo êsse desvario administrativo, com êsse romantismo a que S. Exa. aludiu, tiveram uma redução de 130 contos ouro, com a seguinte circunstância: reorganizou-se o melhorou-se o serviço de incêndios.

Leu.

E posso dizer isto, não porque estas providencias se efectivassem, mas porque estavam incluídas no Orçamento, sôbre o qual se fez a apreciação da diferença entro as despesas da gerência da acção do Sr. Correia da Silva e a do governador demitido.

Todas essas providencias, monos as de ordem militar, que foram acompanhadas e estudadas pelo Sr. general Gomos da Costa, que ali estava, todas essas providências, repito, excepto a reorganização militar, foram rejeitadas pelo Govêrno da Metrópole, excepto ainda a da criação da colónia penal e prisional que, sendo a única que escapou, essa mesma chegou â colónia e ali foi ostra regulada.

Aproveito a ocasião para fazer referencia a uma circunstância que representa também um acto de justiça e esclarecimento.

O Sr. general Gomes da Costa, enviado àquela colónia, e que aqui sofreu do Ministro que ali o mandou uma apreciação profundamente injusta, prestou àquela colónia valiosíssimos serviços.

Se pusermos dum lado os serviços por êle prestados à colónia e doutro lado a redução que só fez nas despesas militares, fica muito coberta a desposa que êle efectuou.

Ao mesmo tempo, junto das nossas colónias no Extremo Oriente e junto das autoridades inglesas, o Sr. Gomes da Costa honrou e prestigiou o nome português.

Isto era preciso dizer-se, porque também tem um certo significado: - é que o ilustre Ministro que na ocasião para ali enviou S. Exa. sabia muito bem porque é que o mandava.

Mandava-o, porque nessa ocasião ora necessário que ao lado do governador estivesse não só um agente de natureza diplomática, mas ao mesmo tempo um militar que actuasse quando fôsse necessário.

Portanto, o governador não deminuíu de maneira alguma as despesas o fôrças da colónia; procedeu assim do acordo com alguém, que é autoridade no assunto.

E assim, dêsses desbaratos, dêsses desregramentos de ordem económica, resultou para a colónia esta economia.

De que maneira mais eloquente posso eu responder a S. Exa. o Sr. Ministro das Colónias?

Vou finalmente tratar do assunto que originou tudo isto.

Creio que no espírito da Câmara já só tem feito a luz suficiente para ver bem a que obedeceu o acto da minha demissão, que não foi o que o Sr. Ministro das Colónias invocou: o que dizia respeito a assuntos do ordem internacional.

S. Exa. apresenta-se aqui puro como uma vestal, a quem não se pode censurar falta alguma; mas não receia manchar as m3,os no sangue do irmão de armas em política.

E curioso! S. Exa., que diz ter tantas provas, não pôde esperar umas horas e foi logo proceder com tanta rapidez e violência.

Diz, agora, que foi preciso que o assunto aparecesse na imprensa, chamando-se a atenção para a falta gravo que o governador tinha praticado, para proceder contra tam notando crime.

Nem o dever sagrado que permite a defesa foi concedido, tal ora a pressa.

S. Exa. fez ontem a exposição dos serviços que tem prestado nas diversas situações que tem ocupado. Creio que não houve da minha parte referência alguma à acção militar ou na parle administrativa que S. Exa. exercesse.

O meu ponto de vista é outro; e eu sigo aquele que nações mais adiantadas e também coloniais adoptam.

A China tem uma civilização sui generis, o eu que a conheço bem, sabia o que nos convinha fazer. Talvez o que ou pensava fôsse a idea do um sonhador, mas era a de um patriota.

Apoiados.

Temos sido sempre um povo de aventureiros, e não nos podemos estar a deter em simples formalidades para alcançar rasgados empreendimentos.

Também eu, Sr. Presidente, entendo que, quando chegamos a situações graves, temos de as encarar com orgulho e