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16 Diário da Câmara dos Deputados

situação elevada em que eu quero colocar esta discussão.

Pessoas há que assistiram a essa reunião, e saberá o que lá se passou e o que ficou tratado.

Estiveram nessa reunião funcionários do Ministério das Colónias e do Ministério dos Negócios Estrangeiros e os Ministros respectivos, e assentou-se que havia necessidade de mandar um diplomata ao lado do governador.

Eu não oponho qualquer negativa ao que S. Exa. disso.

Desde que não se lavrou a acta, desde que isso não se fez, julgo que não me havia do referir às notas; mas deixo à inteligência e lealdade dos que me ouvem, o auxiliarem o que se poderia tratar numa reunião dessa natureza.

O que eu pedi, foi que mandassem um diplomata, um economista, alguém que fôsse capaz do tratar de um assunto desta natureza.

Apoiados.

O fim principal do governador era tratar da situação diplomática o negociar o acôrdo.

Sr. Presidente: é preciso recordarmo-nos do tudo, das mais pequenas reminiscências, para não se ser apunhalado.

Tem que haver um trabalho de defesa, porque não basta ter feito alguma cousa de útil.

Num recanto de um gabinete, diz-se simplesmente isto: reconheço o seu êrro, a sua falta - suicide-se.

Que triste sinal dos tempos; quando isto se passa com um irmão do armas do mesmo partido!

Apoiados.

Cá estamos a responder ao ponto que S. Exa. provocou.

O governador podia, na verdade, ser o pior dos diplomatas, podia ter redigido essa nota.

Em geral, um governador tem como secretário, ou um indivíduo com o curso superior ou apenas com o 4.° ou 5.° ano dos liceus.

É êste o seu auxiliar.

A responsabilidade é minha, e não dele.

O memorandum foi propositadamente escrito assim, para que da parte do Govêrno de Hong-Kong nos fôsse dita alguma cousa.

Não é agora, que já são passados dois anos, que se pode lazer um juízo certo de apreciação sôbre o que se diz.

Qual foi a consequência dêsse famoso documento?

De onde veio qualquer reclamação?

Onde está qualquer reparo da parto da nação a quem foi dirigido?

Foi dito pelo Sr. Ministro que mandara um telegrama por intermédio da legação inglesa, anulando os efeitos resultantes daquele memorandum. E então S. Exa. o Ministro que reconhece que há compromissos; é S. Exa. que vai fornecer essa arma.

Sr. Presidente: o governador caía porque S. Exa. o Ministro assim o quis; o governador caiu não pelas razões que S. Exa. aqui apontou, mas por aquilo que S. Exa. tinha no seu pensamento.

Mas se o governador assim caiu, como é que é Ministro quem assim procede?

Vou concluir.

Neste assunto há uma questão que pode considerar-se do natureza pessoal: é que S. Exa. o Sr. Ministro, deixando do ser governador de Macau, não abandonou, contudo, a idea do que Macau fôsse governado conformo S. Exa. pensava. Assim S. Exa. argúi-me de eu não seguir a, sua orientação em relação a determinados problemas da colónia.

Há também uma questão do ciumeira e uma questão partidária. Não são para tratar aqui!

Apoiados.

Há uma questão política. Essa já deve ser do conhecimento da Câmara. É o Sr. Ministro das Colónias que exonera um governador, som o ouvir, saltando por cima da lei, em manifesta oposição ao espírito das Cartas Orgânicas e das leis das colónias.

Há consequentemente um desrespeito às leis e aos direitos de terceiro.

O que, porém, há de mais importante é a questão nacional que êste assunto toca.

Estou certo do que já não existem no espírito de V. Exa. as menores dúvidas de que êste assunto não tenha uma alta importância pelo que nele há de grave sob o ponto de vista económico, político e diplomático. E assunto para ser meticulosamente estudado e ponderado.