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18 Diário da Câmara dos Deputados

instrução do porto do Macau para ser resolvido pela Câmara, e passa à ordem do dia.

Sala das sessões, 4 de Junho de 1925. - Rodrigo J. Rodrigues.

Vozes: - Muito bem! Muito bem!

É lida e admitida a moção.

O Sr. Carvalho da Silva (para um requerimento): - Sr. Presidente: requeiro que V. Exa. consulte a Câmara sôbre se consente a prorrogação da sessão, com interrupção para o jantar, até se liquidar o debate.

Vozes da esquerda: - Ora, ora!

O Sr. Presidente: - Vai votar-se o requerimento.

O Sr. Carvalho da Silva (sobre o modo de votar): - Sr. Presidente: três palavras apenas para lembrar à Câmara que, estando a dez dias do seu encanamento, tem ainda que discutir os orçamentos, a questão dos tabacos, que não pode sofrer a mesma sorte da dos fósforos, a questão das estradas o, além disso, concluir o debate político.

Não pode, por isso, alongar-se muito neste debate; e é estranhável que seja o próprio Govêrno, como nós vimos por parte do Sr. Ministro das Colónias, o primeiro a fazer obstrucionismo, impedindo a marcha dos trabalhos parlamentares.

Não apoiados da esquerda.

Pôsto à votação o requerimento, é rejeitado.

O Sr. Carvalho da Silva: - Requeiro a contraprova o invoco o § 2.° do artigo 116,° do Regimento.

Procede-se à contraprova.

O Sr. Presidente: - Estão levantados 55 Srs. Deputados e sentados 19.

Está rejeitado.

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva): - Sr. Presidente: tenho possivelmente largas considerações ainda a fazer, mas, se a Câmara me permite, reservar-me hei para elas, caso seja necessário, para depois do terem falado oradores que eu sei que estão inscritos.

E possível mesmo que o assunto fique bastante esclarecido depois do terem falado Ossos ilustres Deputados que estão inscritos, o que assim se tornam desnecessárias longas considerações minhas; não sei, e reservo a minha decisão para a discussão que se vai seguir.

Neste momento, porém, não posso deixar de esclarecer, ainda que muito ràpidamente, alguns pontos do discurso do Sr. Rodrigo Rodrigues.

S. Exa. analisando uma a uma as afirmações aqui por mim feitas não me restam dúvidas - confirmou um certo número dessas afirmações; possívelmente aos Srs. Deputados que terão ficado com a impressão de que outras delas foram suficientemente destruídas, por S. Exa. ter parecido demonstrar que elas não eram da sua mas da minha responsabilidade como antecessor do S. Exa. no governo de Macau, tenho, como a Câmara toda de considerar que está completamente confirmado quanto eu aqui disse a respeito do acto ilegal, violentíssimo, da deportação de um professor, que S. Exa. entrou, tendo-o S. Exa. confessado, como castigo para a ilha da Taipa, onde esteve por alguns meses.

Parece-me que a Câmara está já convencida de que está inteiramente confirmada a minha afirmação quanto a este caso.

Outro facto, o de S. Exa. ter feito entrega de um edifício, do um convento, onde estava instalado um quartel, para lá ser instalado um colégio feminino, concedendo depois 68.000$, ouro, para a construção de um edifício para o mesmo fim, parece-me que as palavras do Sr. Deputado inteiramente o confirmaram.

Sôbre a comunicação que mo foi entregue por um vogal do Conselho Legislativo acerca dos contratos sôbre o ópio, um assunto importante, do uma importância excepcional, sem dúvida, viu a Câmara como S. Exa. o tratou com rápidas palavras, deixando-o inteiramente confirmado também.

E sôbre êsse ponto aproveito a oportunidade para ler à Câmara o telegrama que o governador de Macau enviou ao Ministro das Colónias a comunicar êsse contrato.