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Sessão de 5 de Junho de 1925 17

Onde é que havíamos de ir vender os nossos produtos?

Aos mercados de África e Brasil. Isto não passa de um critério geográfico dos mais elementares.

Nós temos terrenos para fazer uma grande nação como o Brasil; mas mal vai ao pai que pensa em viver do trabalho do filho.

Não é aí que, havemos de encontrar e o desafogo para o nosso comércio.

Para colocar os nossos produtos não temos do proceder dessa maneira. Não precisamos ir aí. Temos outros recursos, do forma a podermos resolver o problema, temos recursos que acidentalmente nos aparecem, mas que parece que é a providência que no-los concede.

E um dêsses recursos é o dinheiro que se encontra no porto de Macau.

Colocar os nossos vinhos do Pôrto...

Ainda há alguns honrados que dizem: vinho engarrafado por fulano.

Para quem é patriota, tudo isto é alguma cousa do plangente e doloroso.

Depois de referências a outros países que são causa desta situação atentatória da moral social no Extremo Oriente, escreve-se de nós, no estrangeiro:

Leu.

Sr. Presidente: isto foi dito por uma forma tam afastada, mas tara lógica e tam deduzida, das acusações que nos eram dirigidas, depois do nós termos referido a nossa acção em toda a História para nos valorizarmos, que é preciso ser-se cego para não ver a quem se dirigia.

Não se deu isto nas negociações de 1925, visto que foi nas de 1923, mas a afirmação de que há países a que, embora tendo só valorizado pela sua acção ao serviço da causa da civilização humana, chegou a hora de aprenderem a morrer o a consideração de que essa frase nos era dirigida deve causar em nós um frémito de revolta e de reacção de modo a olhar-mos seriamente para a colónia de Macau, do modo a que a consideremos um alto problema moral e político, que absolutamente necessita ser tratado com inteligência e não com ligeireza, de modo a que, numa palavra, nos tornemos dignos daquele sentimento que em cada um de nós existo e que não pode consistir apenas em pormos a caminho arrancadas heróicas detrás de espadas o esporas. Julgo que está demasiadamente provado que chegou o momento de se fazer uma política de administração o de entendimento, uma política cuidadosa.

Sr. Presidente: diz-se que em Cartago houve um tempo em que se realizava uma festa criadora, dionisíaca, durante a qual se aquecia um deus monstruoso, lançando-se-lhe dentro algumas vidas do crianças e de donzelas para que fôsse criador, para que fôsse reprodutivo todo o resultado dessa ânsia de delírio e de prazer.

Como simbolismo é perfeito.

Se é necessário queimar nesse bloco que é a opinião pública, aquecido por informações inexactas, pôsto ao rubro por afirmações que todos já puderam julgar, se é preciso meter lá dentro alguma vítima, é com vaidade e com orgulho que eu neste festim desejo ter êsse papel.

E porquê? Porque, sejam quais forem as consequências dêste debate, sejam quais forem as consequências políticas que dele resultem para mim, eu jau ais arrefecerei na minha fé, jamais entibiarei na defesa daquilo que considero bem servir a Pátria.

Emquanto o estar na trincheira da frente constituir um dever, eu lá estarei; e será dever emquanto sentirmos atrás de nós a fôrça que nos apoia, os quadros organizados e o comando bom dirigido.

Mas ainda quando os próprios irmãos de armas nos disparem de flanco e retaguarda, ainda quando eu sinta, como dizem que sentiram os heróis de 9 de Abril, que é precisamente do ponto onde contavam apoio para realizar uma obra, que vêm os tiros para nos matar - então já não é dever, é heroísmo! Mas ainda assim aqui continuarei para procurar servir como sei o como posso, mas com dedicação e nobreza, a minha Pátria e a República.

Apoiados.

Mando para a Mesa a seguinte moção:

A Câmara dos Deputados, tendo tomado conhecimento das razões que motivaram a demissão do governador do Macau;

Considerando o assunto ligado a um alto problema da política colonial portuguesa do que a Câmara precisa ter perfeito conhecimento:

Convida a sua comissão de colónias a estudar devidamente o assunto da admi-