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Sessão de 6 de Julho de 1925 13

deixar de corresponder a essa atitude, dando completo apoio a êsse ponto de vis-1a, pois não podemos continuar a viver em regime de duodécimos, prestando-se a que por diversas pastas não se tenha feito uma administração rigorosamente republicana, porque há um ponto em que eu discordo pela palavra que tem sido empregada.

Diz-se a cada passo: é preciso comprimir as despesas.

Ora se as despesas são massa do pagamentos, a compressão da massa nunca representa o desaparecimento da massa.

Continua a mesma massa, mais comprimida é certo, mas as despesas mantêm-se.

O que é preciso 6 entrarmos no caminho da redução das despesas, sem prejuízo dos principais serviços, pois seria um grave êrro inutilizá-los.

É também necessário tratar do uma melhor arrecadação das receitas autorizadas por lei.

Felizmente o Govêrno pela sua declaração mostra bem as suas intenções quanto a êste ponto, e por isso desnecessário se torna chamar para elo a sua atenção.

Olhando os homens que compõem o actual Govêrno, todos êles velhos republicanos que para o Poder foram animados da melhor vontade de bem servirem o País, eu fico na convicção absoluta do que a acção dêste Ministério há-de ser proveitosa para a República, cumprindo ao Parlamento discutir os orçamentos, a fim de que ao encerrar-se deixe inequivocas provas de que não antepôs à boa administração republicana quaisquer questões de pouca valia política.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando, nestes termos, restituir as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Cunha Leal: - Sr. Presidente: cumprindo uma velha praxe parlamentar, em nome do meu partido eu apresento ao Sr. Presidente do Ministério e a todos os Srs. Ministros, os nossos cumprimentos; e, sem ser para cumprir qualquer espécie de praxe, em meu nome pessoal, eu quero também apresentar os meus cumprimentos a todo o Ministério e em especial aos Srs. Ministros de quem sou amigo, permitindo-me especializar entre êles, o Sr. Presidente do Ministério, o Sr. Lago Cerqueira, o Sr. Filomeno de Almeida e o Sr. Augusto Monteiro.

Há uma virtude ou um defeito que eu tenho ser grato.

Já alguém disse que a gratidão é a virtude dos cães.

Não sei se é, nem se não é.

Quero dizer à Câmara que ainda não há muito tempo fui vítima de uma violência.

Por conveniências politicas, prenderam-me.

Toado eu tido um único lugar, remunerado, da República, e tendo-me demitido dele, um dia a República confiou-me um lugar não remunerado, o do reitor da Universidade de Coimbra, e, aproveitando o pretexto de qualquer revolução, certos homens do Govêrno transacto entenderam que a melhor cousa a fazer era prender o adversário político e demiti-lo do único lugar, que representava, de facto, da República uma honraria que êle não solicitara o que levara até muito tempo para aceitá-la; entenderam que a única remuneração que deviam dar a êsse homem pelos serviços que êle quisera prestar à República, e que, infelizmente, nem sempre se traduziram em utilidade, era prende-lo e demiti-lo.

Êsse homem afirmou, sob sua honra, que não estava comprometido no movimento revolucionário que se dava. Deputados, como, por exemplo, o Sr. Rocha Saraiva, a quem apresento os meus agradecimentos, vieram afirmar que não acreditavam que êsse homem tivesse responsabilidade no movimento. Contudo, prenderam-no, e alguns homens do Partido Democrático entenderam que o melhor serviço que poderiam prestar à República era vexá-lo, mantendo-o preso para que os seus ódios se pudessem cevar sôbre o corpo do inimigo vencido.

Nessa altura eu encontrei, para não citar outros, nos Srs. Lago Cerqueira, Domingos Pereira e António Maria da Silva, a quem, evidentemente, eu não pedia comiseração, a disposição de me prestarem, pessoalmente, as suas homenagens, reconhecendo-me um adversário político incapaz de enjeitar quaisquer responsabilidades quando de facto as tenha.

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