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Diário das Sessões do Senado

Outra causa será certamente a preocupação ^que talvez tenham de que. uma vez militarizados em parte os seus serviços, desapareça o tam decantado direito à greve.

E uma terceira causa será, sete dúvida, a falta de instrução que, devemos di-zê-lo, existe desgraçadamente nessa classe.

V. Ex.;i sabe, Sr. Ministro, que para se ser piloto ou capitão dun navb mercante se exige apenas o exame de -instrução pi-imária e um pequeno curso dum ano ou dois feito na Escola Auxiliar de Marinha.

O Sr. Presidente : — Eu pedia a Y. Ex.a que resumisse o mais possível as suas considerações, pois estão inscritos para usarem da palavra ainda vários Srs. Senadores, além do Sr. Ministro de Marinha, que certamente deseja responder a V. Es.a

Vozes: — Fale, fale.

O Sr. Presidente:—Em vista da manifestação da Câmara pode V. Ex.a continuar no uso da palavra.

O Orador {— Agradeço a benevolência da Câmara e prometo ser breve.

Como eu ia dizendo, Sr. Presidente, torna-se £.bsolutameu;e necessário exigir a esses oficiais habilitações mais completas, para que a bordo dos navios, na& suas relações com passageiros, ta^to na-cioaais como estrangeiros, não demonstrem uma situação de inferioridade que ó deveras para lastimar.

Hií excepções, não há dúvida aígnma. Mas essas . . . estão fora do que determina a lei.!...

Estou absolutamente convencido det.ue, se tal se conseguir, esses mesmos oficiais hão-de acabar por confessar que é muito mais útil para os interesses do país ene as duas corporações caminhem de mãos dadas, estreitamente unidas, do que cono actualmente se encontram.

E, Sr. Presidente, a instrução tamívíoi concorrerá para que homens que se honrara com o nome prestigioso de oficiais procurem, como nós, alcançar vantagens e regalias sem o recurso ao* me'os violentos— r,uo tanto têm prejudicado o país — nem ligações on afinidades com

03 elementos seus subordinados. A disciplina— que tanto deve existir nos navios de guerra como nos mercantes — não se coaduna com tam intimas ligações.

Assim o julgo eu. E assim o julgarão V. Ex.as, creio eu. (Apoiados).

Sr. Presidente: para^ terminar devo dizer que uso falar em todos os assuntos com o desassombro e com a franqueza que eles devem exigimos.

Nós não estamos aqui para enganar o píus. Há que dizer as verdades, embora elas nos magoem e nos irritom.

Já em tempos eu tive ocasião de expor o estado lastimoso em que se encontram os serviços da armada, e agora tornei a repetir o que então ditse; e infelizmente tenho de constatar que esse desassombro, que esta minha boa vontade de conseguir que se melhorem esses serviços num sempre são recebidos por alguns elementos com a benevolência e com o espí-rr;o cê justiça que eu julgo ter direito a esperar.

Quando há meses eu realizei a minha interpelação sobre vários assuntos, e en-tre eles sobre a partida do cruzador S. Gabriel para a América, partida que eu. procurei demonstrar que era extemporânea, dado o descalabro em que se encontram as nossas finanças, havendo pouco tempo depois o Sr. Bernardino Machado dito pouco mais ou menos a mesma cousa a propósito do convite quo nos foi feito para nos fazermos representar nas festas de celebração da passagem do Estreito de Magalhães, isto é, que era de lastimar que as finanças do nosso país não permitissem quo enviássemos um navio do guerra para tomar parte nossa celebração, depois das palavras que eu aqui pronunciei, um camarada meu lembrou-se de ir para o Século fazer o que talvez (T-le chamasse uma campanha contra o Senador que audaciosamente disse que a armada tal como está é um luxo.