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Diário das Sessões do Senado

Estou perfeitamente dentro da doutrina sustentada há pouco pelo Sr. Augusto de Vasconcelos, porque se S. Ex.a entendeu que para firmar o seu voto queria saber se o Governo achava, politicamente, conveniente ou inconveniente esta amnistia, tratava-se duma hipótese bem diferente, não se tratava de vencidos que há alguns anos expiam ilegalmente, contra todo o direito e justiça, tendo sido cobertos por uma amnistia votada pelo Parlamento, e simplesmente alterada e violada pelo abu-vo arbítrio dum Ministro. Isto não pode ser»

Nfto sou tocado, nem directa, nem indirectamente, pela amnistia, não tenho parentes próximos que venham a ger beneficiados por ela. Se tivesse qualquer interesse no caso não diria nada, porque me suponho muito alto para pedir qualquer cousa que me interessasse, e não tendo nunca pedido misericórdia a ninguém, muito menos a pediria a gente sem grandeza moral.

Espanta-me que um homem novo, como o Sr. Medeiros Franco, proclamasse ao seu lugar, da sua tribuna, vae victis. É uma posição que não lhe invejo; era uma explicação ou desabafo só possível no tempo dos romanos. Não se percebe que no século xx, em pleno regime democrático, se proceda por esta forma; mas, seja qual for o resultado previsto da votação, ainda apelo para a consciência dos Srs. Senadores que me ouvem, na esperança— por saber uma grande, parte deles . inteligentes e bondosos — de os ver pôr de parte a conveniência ou inconveniência política para se lembrarem da sensibilidade do coração.

Uma cousa ficou marcada: a má intenção com que c Sr. Medeiros Franco reclamou, ou pediu a opinião do Sr. Ministro da Guerra, que, calado como um rato, tinha ouvido a discussão. A este vae victis, clamado pelo Sr. Medeiros Franco, contraponho este outro, saindo do fundo do coração, e como resposta adequada:. glória victiê,

O Sr. Afonso de Lemos:—Sr. Presidente: por ordem alfabética, sou o primeiro a votar esta proposta de aditamento, Qnero fazer a seguinte declaração a propósito da votação que se vai fazer : Como republicano, não hesito em dar o meu voto a favor.

Em primeiro lugar não compreendo que, tendo o Governo, ria pessoa do Sr. Ministro da Guerra, declarado que não via na proposta em discussão qualquer perigo para as instituições, agora se possa ver perigo no facto de meia dúzia de portugueses monárquicos serem autorizados a voltar para Portugal.

Eu,- como velho republicano, não tenho medo desses poucos monárquicos, como não tenho medo de todos os monárquicos que estão cá dentro.

Eu só tenho medo dos maus republicanos.

Apoiados.

Receio que a República caia, não pelas armas que sejam apontadas pelos monárquicos, mas em virtude de actos praticados pelos republicanos.

Apoiados.

Cumpra a República o seu dever, cumpra o sea programa de boa e honesta administração, que não há monárquicos, que não há força alguma que a possa deitar abaixo.

Apoiados.

Eu quási que considero uma cobardia, neste momento não permitir a entrada em Portugal desses oito monárquicos que estão lá fora.

Não os conheço, não tenho relações absolutamente nenhumas com eles.

Não sou levado neste momento por simpatias pessoais. Apenas me movem os meus sentimentos republicanos que, infelizmente, há 12 anos têm sido muito ama-chucados pela má administração republicana.

I Portanto, viva a República e venham os monárquicos, que nós não temos medo deles.

Tenho dito.

O Sr. Presidente:—O Sr. Vilhena re-quereu votação nominal para a sua proposta.

Vou pôr à votação este requerimento.

Posto à votação, foi o.provado.

Procedendo-se à chamada, verificmi-se que disseram «aprovo» 13 Srs. Senadores e trejeito» 19 Srs. Senadores.

Disseram «.aprovo-» os Srs.: