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Sessão de 11 de 'Abril de 1924

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lado, não exercer .a advocacia -e não ter clientes.

Se não têm clientes nem um nem outro, o Sr. Ministro da Justiça tem, pelo menos, clientelas a quem quero agradar; é esse o estado de alma de S. Ex.a que lamento.

Sei quanto pode c a quanto leva a paixão política, e compreendo, por isso, queira S. Ex.a agradar a uma certa clientela política onde pensa encontrar apoio, mas sinto vê-lo seguir caminho errado por o apoio feito no lodo nunca permitir sólida construção!

Perdoe V. jbix.a, Sr. Presidente, se estou falando com alguma .violência. Se o íaço é por realmente me sentir revoltado por ver a . maioria pretendendo exercer pressão e violência sobre este lado da Câmara.

Explanada assim a razão que me obriga a ser mais extenso, e tendo protestado contra a acusação infundada de estai mós a fazer obstrucionismo, devo afirmar não >me sentir apoucado se fizer obstrucionismo quando isso seja conveniente ou útil à causa que defendo.

Tenho antes de mais nada de corresponder ao mandato que aqui me trouxe, e esse mandato não é de meia dúzia de pessoas, mas de 9:000 eleitores a dizerem-me : «Vá para ali; cumpra o seu dever]» . - - •

É o que procurarei fazer na medida das minhas forças, embora não possua talentos nem altas qualidades de qualquer espécie e ainda menos de estadista!

Sou, com o Sr. Catanho de Meneses, o mais antigo parlamentar desta casa. Fomos eleitos pela primeira vez em 1890. Depois disso recolhi-me à minha «torre de marfim», onde me tenho conservado ao abrigo de paixões políticas, sem nun-,ca me interessar demasiadamente pela política, e se aqui vim parar depois de velho é por ter sido mandado por quem de direito.

O Sr. Ministro-da Justiça atirando da sua bancada de Ministro a afirmação re-referida, esqueceu-se do eco especial das palavras saídas daquele lugar, e da ex: tensão da voz quando vem daquelas • ca-, deiras.

. Esqueceu-se de que são reforçadas por um potente microfónio as palavras ali proferidas e coadas por verdadeiros pavilhões

de fonógrafo atirando-as por esse paí^ fora, e repetidas por toda a imprensa à disposição de S. Ex.a e do Governo capitaneada pelos principais organismos de grande publicidade, suspeitas, creio com verdadeiro fundamento de soreni propriedade da moagem.

S. Ex.a e o Governo estão imersos nu,-ma atmosfera onde flutua o pó da farinha 'e S. Ex.a sabe que o ar misturado com farinha impalpável é explosivo o quando se.lhe aproxima a chama de um íósforo, pode estoirar como dinamite!

E porque assim é o meu sentir, chego talvez a uma explosão de indignação.

Tenho de moderar a minha voz porque com este diapasão .sinto arriscar-me .adentro em pouco estar cansado e não poder continuar.

. Vou, portanto, acalmar os nervos, re-.tomar a tranquilidade, e para isso basta-jrá invocar a.placidez,.o espírito, a graça e a tranquilidade com que falou o men prezado colega que muito respeito, Sr. Machado Serpa.

S. Ex.a ante-ontem, fazendo breves .considerações a respeito deste projecto,.definiu este papel como sendo um-tubérculo. Assim lhe chamou S. Ex.a, e se ,na idea corrente e vulgar um tubérculo seja uma batata, não me parece que em tal pensassem Sr. Machado Serpa. Não considero .o projecto seja uma batata, considero-o, talvez, outra cousa bem diferente: umg, batota.

Risos.

•Não era com certeza a idea do Sr. Machado Serpa, que'não costuma, como às vezes faço, usar de palavras mais inferiores e de plebeismos ou termos populares.

Mas pensou -com certeza em vegetais ou vegetações;. o tubérculo pode ser-tanto um vegetal como uma vegetação.

Tubérculo para mim ó aquilo e não isto, e quanto à especial significação qú© o meu prezado colega lhe pode dar não tenho informações precisas,- mas o Sr. Machado Serpa pareceu-me inclinar-se mais para o lado dos vegetais.

i Aceitando que seja um vegetal, melhor seria tê-lo comparado à cebola albarrã, fortemente venenosa! Com milho cozido com-este gracioso vegetal, se matam;os ratoS.