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Diário âas Êetsôes 'ao Senado

buiçoes que pertenciam à Administração dos Caminhos de Ferro do Estado.

Quanto à amortização das locomotivas, far-se-ia no prazo de trinta anos^ com o juro respectivo, segundo um projecto de lei da iniciativa do Sr. Vasco Borges, de quem não sou correligionário, mas que, devo dizê-lo, foi um dos Ministros c^ue durante c tempo que esteve nesta pasta soube ocupar o- seu lugar e qua cuidou antes de mim. deste problema.

Sr. Presidente: já V. Ex.a vê a lealdade, apesar de tudo. quanto se disso em contrário, a lisura, do despacho a que me tenho referido,,

O Conselho de Ministros foi perfeitamente coerente com aquilo qne tinha inteiramente resolvido; queria a cedência definitiva, porque estando muito tempo as máquinas em serviço, seria difícil verificar depois se estavam em bom uso; resolvendo só muito excepcionalmente admitir a cedência temporária, não só para os Caminhos de Ferro do Estado, como para os de Vale do Vouga, que apesar de pertencerem a uma empresa particular. nem por isso deixam de estar sujeitos a todas as fiscalizações do Estado.

(? Mas porque era que a Companhia do Vale do Vouga não queria as locomotivas cedidas com carácter definitivo?

Quem conhece alguma cousa de caminhos de ferro sabe que não há vantagem em ter locomotivas de tipos diferentes.

Daí resultaria que a Companhia do Vale do Vouga ficava com locomotivas de tipos diferentes, e o Estado, tendo do tomar conta delas, ficaria também em iguais circunstâncias.

Eram duas entidades desservidas.

O Conselho de Administração sabe bem que o Estado não tem condições nem sítio para conservar essas locomotivas, como seria para desejar, de forma q cê estariam deteriorando-se mais do que se estivessem em. serviço.

E cèdeu-as.

Eis o formidável crime do Sr. Ministro do Comércio na questão da cedência das duas locomotivas.

Dir-se há qua tudo foi ocasionado por eu ter por mentor o Sr. Fernando áe Sousa, pessoa que faz parte da Junta Consultiva dos Caminhos de Ferro, que tem funções dentro dos caminhos de ferro ,e é indivíduo cujo valor mental © cujos

conhecimentos especiais neste assunto ninguém deixa de reconhecer.

O Sr. Ernesto Navarro bem o sabe.

S. Ex.a quando em 1919 promoveu o Sr. Fernando de' Sousa a inspector geral com certeza que o não fez como a um grande inimigo das instituições nem como a unia pessoa cuja competência fosse discutível.

Sr. Presidente: o Sr. Fernando de Sousa :aão tem voz nesta casa nem carece que o defendam. Mas* devo dizer que quando fui para o Ministério encontrei-o lá incumbido de fazer determinado trabalho sobre caminhos de ferro com engenheiros distintos como os Srs. Sequeira, Costa Serrão o Geraldes Guimarães,

O Sr. Fernando de Sousa, que não tem aqui voz; parece-me que foi inoportunamente atacado. Eu não tenho que fazer a defpsa dele.

É um engenheiro distinto e eu, que muitas vezes como jornalista tenho estado em desacordo com ele, tenho de reconhecer'que em matéria económica e em assuntos técnicos, não são realmente os ataques fáceis de certas pessoas que podem apoucar a sua capacidade.

Sr. Presidente: como V. Ex a vê, esta questão da cedência de locomotivas que o Sr. Ernesto Navarro trouxe para qui com o intuito de arrasar o Ministro e dizer cue é uma pessoa que menos considera as suas funções de Ministro se reduz a muito pouca cousa.

S. Ex.a atacou com violência, atacou com um certo poder de insinuação, que não é realmente, próprio desta Câmara, com um assunto pessoal que não está nos moldes dD Senado nem nos hábitos das pessoas que tratam .de questões administrativas, não custa nada que, quer em acorde,quer em desacordo, todos nos respeitemos.