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Apêndice da sessão legislativa de 1923-1924

àquele funcionário. Não posso acreditar que um homem digno, mantendo-se nas cadeiras do Poder, e querendo honrar este e prestigiar o nome de Portugal permita situações como essas quo se diz, darem-se em Berlim.

Não posso compreender também no caso Norton de Matos, que só mantenha um ídolo no trono à espera que o arremessem ao chão e o façam em cacos, quando melhor seria fazê-lo descer serenamente pela escada abaixo, antes que a paciência pública se esgotasse.

Espero que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros dará à Câmara e ao País os esclarecimentos que o caso rc-quere, tanto acerca dum ponto como doutro.

Felicitar-me hei se a resposta

O Sr. Procópio de Freitas: — Sr. Presidente : as palavras que vou pronunciar não devem de maneira nenhuma ser interpretadas como as do um correligionário que pretende defender outro, pois o Sr. Veiga Simões encontra-se actualmente mesmo na situação de afastado do Partido a que pertenço, mas sim unicamente as de uma pessoa que deseja esclarecer o seu espírito e que seja feita justiça.

Mesmo que soja o meu maior amigo que delinqiiir, serei eu o primeiro a pedir a sua punição; e quanto mais elevada esteja a pessoa maior deve ser a sua punição.

Desejo apenas preguntar deste lugar: primeiro, se quando no Ministério dos Negócios Estrangeiros tiveram conhecimento das acusações que foram feitas ao Sr. Veiga Simões se estas ibrem comunicadas a S. Ex.a para ele se poder defender ; segundo, se o Sr. Veiga Simões pretendeu vir a Lisboa defender-se das acusações quo lhe foram feitas e lhe foi negada autorização..

Tenho dito.

O Sr. Procópio de Freitas : — Eu achava natural que tendo-se feito umas acusações a, uma pessoa como o Sr. Veiga Simões,

que desempenhava um tam elevado cargo, se lhe comunicasse imediatamente essas acusações, pois podia ser até que o Sr. Veiga Simões se justificasse de tal forma, que provasse a inanidade das acusações que lhe foram feitas, sem necessidade de inquérito, e se assim não sucedesse, mandar-se-ia proceder ao inquérito.

Relativamente à ocasião em que o Sr. Veiga Simões deve ser ouvido no inquérito, como estou habituado no íôro militar,, em que é ouvido primeiramente o presumido delinquente, para depois se seguir o processo, suponho que no inquérito se piocedesse da mesma forma.

O Sr. Querubim Guimarães : — Agradeço ao Sr. Ministro as suas informações.

Não me satisfizeram quanto ao Sr. Nortoa de Matos.

Lamento que ao scntimonto do Sr. Ministro dos Estrangeiros não chegue o rumor hostil quo só levanta em roda da personalidade do Sr. Norton do Matos.

Se em Londres o Sr. Norton de Matos vive numa atmosfera de simpatia e de respeito,.isso será devido somente àquela cortezia que têm os países uns para com os outros, e de que a Inglaterra é modelo, tal como nas nossas casas somos ^obrigados tantas vezes a ser corteses para pessoas que consideramos indesejáveis.

Depois desta vergonhosa publicidade quo tem havido em Portugal a respeito da administração em Angola, depois do nome 'do Sr. Norton de Matos ter andado para aí envolvido em discussões escandalosas, depois de terem sido protestadas va-riadíssimas letras com a assinatura e firma do ex-Alto Comissário de Angola, é possível porventura esse conceito em que o Sr. Ministro dos Estrangeiros diz estar em' Londres o Sr. Norton de Matos? Não, não pode ser.

Se em Portugal estivesse um Ministro de qualquer país nas condições em que se encontra o Sr. Norton de Matos, sem dúvida alguma que o não poderíamos ro-. dear dessa atmosfera de carinho e simpatias que o Sr. Ministro dos Estrangeiros diz existir em Londres quanto ao Sr. Norton de Matos.