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Sessão de 27 de Abril de 1925

escolas e de 15:000 professores. As crianças eni idade escolar exigem 15:000 professores e tomos 8:000.

As escolas são frequentadas por um número de crianças que não devia exigir mais de 6:000 professores e, assim, temos 2:000 professores a mais. Desperdiçam--se 16:000 contos!

Deviam ser, Sr. Presidente, estes problemas, entre outros, aqueles que mais deviam prender a atenção do Poder Executivo. E se o Executivo não toma em consideração o estado do ensino popular, não- é o Parlamento que o fará. Quando as iniciativas são do Parlamento, o Poder Executivo, em regra, desinteressa-se delas.

Houve um Ministro, recentemente saído dos bancos das escolas, que entendeu reformar o ensino no nosso país.

E o que se fez? Encomendou-se uma reforma, como quem encomenda um fato, Q os encarregados dela fizeram um fato que é tani largo — porque nós não temos noção das proporções— tani largo que seriam precisos 100:000 contos para pôr em execução essa reforma. E por isso ela lá jaz no cesto dos papéis velhos, sem que ninguém tenha a coragem de a lá ir buscar para se iniciar o seu debate.

Sr. Presidente: estão presentes o Sr. Ministro do Comércio e o Sr. Ministro •das Colónias, e eu vou concluir as minhas •considerações porque se diz que o Parlamento vai adiar as suas sessões.

Mais uma revolução estalou com todas as características duma extrema gravidade. Foi uma revolução militar e foram os militares que a jugularam. - Pois bem: diz-se que neste interregno vários diplomas vão sair pelos vários Ministérios.

Sr. Presidente: não há com certeza classe nenhuma onde o espírito de civismo republicano falte mais do que no exercício do magistério. O professorado, na sua grande maioria, se não é monárquico, tam--bém não é republicano: é indiferente. E se este problema não é do grande gravidade nas escolas superiores, porque os rapazes que as frequentam já têm a sua •consciência mais ou menos formada e portanto já dificilmente lhes podem dar orientação diferente daquela que receberam, nas escolas imediatamente inferiores já assim não sucede. Nas escolas de ensino primário o de ensino secundário há ver-

dadeiras atitudes que é necessário qae sejam condenadas.

Seria conveniente que o Poder Executivo estudasse esse ponto, estudasse umas bases de reforma do ensino popular, de forma a torná-lo útil e a evitar que das nossas escolas saiam extremistas, verdadeiros extremistas da direita o da es-'querda.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Colónias (Correia da Silva):—Sr. Presidente: em primeiro lugar, quero referir-me a algumas considerações que foram feitas pelo Sr. Joaquim Crisóstomo.

S. Ex.a referiu-se à comissão nomeada para proceder a um inquérito ao Banco Nacional Ultramarino e estranhou que nela não entrassem alguns nomes de conhecidos coloniais, porque julgava que esses indivíduos seriam muito úteis para o serviço pedido a essa comissão.

Eu tenho a dizer a*S. Ex.a que procurei, na remodelação que fiz dessa comissão, seguir a doutrina que me foi indicada pela moção da Câmara dos Deputadcfs e que falava em técnicos para se apurar a forma como estavam sendo cumpridos os contratos entre o Banco Ultramarino e o Estado nas nossas colónias, o fazer um inquérito à escrituração do mesmo banco.

Dos nomes que compunham a comissão nomeada pelo meu antecessor nem todos eles lá figuram agora ; só conservei os que mostraram a sua anuência, e os nomes acrescentados são dos técnicos contabilistas, Srs. Drs. Luís Viegas e Teixeira Direito.

Para presidente da comissão convidei o Sr. Rogo Chaves, que me pediu escusa com fundamentadas razões e "solicitei então do Ministério da Justiça o nome dum magistrado superior para exercer esse lugar. _

Foi nomeado já por portaria um juiz de 2.a instância, que me foi indicado pelo respectivo Ministério.