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192-(100) DIÁRIO DAS SESSÕES- N.º 99

5. Por outro lado, e a contrabalançar estas deduções, há que ter em conta as economias invertidas, durante os sete unos considerados, em organismos industriais e comerciais, ou na própria terra, em melhoram eu dos, arroteias diversas, plantações e outros fins. A tudo ainda haveria que acrescentar o que o listado mobilizou para usos próprios, em emissões de novos empréstimos, ou nos ajustamentos, sempre precisos, nas conversões levadas a efeito dentro deste período de tempo.
Estes factores devem pois constituir como que prevenção a mostrar que os resultados acima descritos não representam a poupança do País, mas sim o quantitativo de depósitos, o que é cousa diferente.
Fazendo esta reserva, que é importante, os números dão-nos, porém, interessantes indicações sobre a vida económica portuguesa, e o seu valor é grande por ter sido possível relacioná-los com a economia regional.
No continente a soma dos depósitos aumentou elo 1.400:158 vómitos, o que dá a média anual de 200:000 coutos. Neste aumento Lisboa e Porto entraram com 1.195:000 contos e o. província com 204:000. Os números mostram que o acréscimo no Porto, em muito menor percentagem no que o de Lisboa, é sensivelmente igual ao do resto da província.
É notável o progresso dos depósitos um certos distritos, como os de Castelo Branco, Santarém e Leiria. O primeiro está muito distanciado dos outros, como se mostra nas percentagens de, respectivamente, 55,6, 46,7 i: 43,3 por cento.
De um modo geral pode dizer-se que neste período de sete anos o Minho amealhou pouco em Braga e consumiu economias em Viana; que a Beira Baixa e a Beira Litoral, com Castelo Branco e Coimbra, fizeram consideráveis avanços; que o Ribatejo só foi ultrapassado pela Beira Baixa; e que o Alentejo, representado por 39,7, 32,1 e 24,3 por cento, alargou de maneira sensível as suas disponibilidades nos bancos e caixas económicas.
A que atribuir esta variação nas diversas zonas do País? ç Como explicar, por exemplo, o extraordinário aumento em percentagem dos depósitos em Castelo Branco e a baixa no distrito de Viana do Castelo? % Em que se filia o enorme decréscimo dos depósitos em todos os distritos das ilhas, mus principalmente em Angra, Horta e Ponta Delgada?
O estudo pormenorizado do assunto levar-nos-ia, porventura ao exame das vicissitudes por que passaram os diversos distritos durante o período considerado. Há-de haver fortes razoes a explicar o retrocesso de Viana do Castelo, a crise das ilhas e as pequenas percentagens de aumento de Braga e furo. O conhecimento dessas razões tem de facto grande interesse porque pode revelar males susceptíveis de remédio ou dificuldades que urge remover.

6. Para avaliar o grau de riqueza de cada região, definida no presente caso dentro do restrito ponto de vista de poupança, ou, melhor, de disponibilidades em depósitos, entrou-se um pouco mais profundamente no estudo da economia regional e foram calculados os depósitos e sua variação nos sete anos por unidade de superfície e por habitante. Isso nos é dado em relação a 31 de Dezembro de 1939, no quadro que segue:

[Ver Tabela na Imagem]

Pondo de lado Lisboa e Porto, com resultados viciados por ser nestas cidades que por muito se condensa a vida industrial e comercial do País, os distritos de Coimbra e Aveiro ocupam facilmente os primeiros lugares, tanto na densidade por unidade de superfície como na capitação, e Bragança, Beja e Setúbal o último, se bem que neste distrito, que compreende os concelhos do Barreiro e Almada, bastante industriais, seja muito baixa a capitação e mais elevada a densidade por unidade de superfície.
Podem considerar-se distritos médios Viseu, Faro e Leiria. Contudo os números parecem indicar que se amealha pouco, ou que muitos guardam seus capitais e não os trazem para a circulação.