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11 DE FEVEREIRO DE 1941 192-(101)

Em 1939, por grupos e por ordem de importância, os distritos que tinham maior densidade de depósitos eram:

Depósitos superiores a 100$ por hectare

Aveiro ............... 547
Coimbra .............. 402
Braga ............... 331
Viana do Castelo ..... 260
Leiria ............... 212
Viseu. ................196
Faro ................. 168
Santarém.............. 145
Vila Real .............114

Capitação -Superior a 150$

Coimbra .... 380
Aveiro . . . 365
Évora ..... 285
Faro ....... 258
Santarém ... 231
Viana do Castelo.....216
Viseu. . : . . .215
Leiria .....210
Braga .....201
Guarda. ...186
Castelo Branco...180
Vila Real ... 178
Portalegre ...167

Estes elementos apresentam o estado actual do montante dos depósitos e podem, em certo grau, dar idea da riqueza agrícola e industrial da região, tendo em conta as reservas atrás formuladas. Mas o seu progresso nos últimos sete anos, representado pelo aumento de depósitos, nota-se melhor na variação dos mesmos depósitos, referida a 31 de Dezembro de 1939, que se exprime, para densidade e capitação superiores a 20$ e a 50$, nos números que seguem, para os distritos mencionados:

Variação do depósito por hectare - Superior a 20$

1933-1939

Coimbra. . .......... 97$OO
Aveiro .............. 77$00
Leiria. .............. 63$OO
Santarém ............. 46$OO
Castelo Branco. ...... 28$00
Viseu ............... 24$OO

Variação do depósito por habitante-Superior a 50$

1932-1939

Coimbra. ............. 91$00
Santarém ............... 73$00
Évora. .............. 69$00
Castelo Branco. ........ 65$00
Leiria. .............. 63$00
Aveiro .............. 51$OO

A análise mais demorada das cifras permite mostrar que os distritos de Coimbra e Aveiro, além de forte capitalização de. depósitos, relativamente a área e habitantes, são também aqueles que indicam maior progresso por unidade de superfície nos sete últimos anos; que os distritos do Minho -Braga e Viana do Castelo-, com grande capitalização de depósitos por unidade de superfície, embora menor por habitante, devido a elevada população, atravessaram um período de dificuldades - os depósitos deminuíram, mesmo, em Viana do Castelo, o que até certo ponto é alarmante; que há progresso sensível nu aumento de depósitos nos distritos de Castelo Branco, Leiria e Santarém, ocupando o primeiro o quarto lugar no acréscimo por habitante nos sete anos ; que os distritos do Alentejo não fizeram progressos acentuados, sendo baixo o seu grau de capitalização, exceptuando Évora, onde é relativamente elevado o aumento de depósito por habitante, embora ainda seja extremamente pequena a variação por unidade de superfície, que não passou de 19$ ; e que o Algarve não progrediu nem em densidade nem em capitação.

7. Outro problema que seria de grande interesse debater é este: Nas cifras acima referidas ; qual a parte que representa realmente poupança, economias amealhadas com o supérfluo das necessidades normais em reserva para futuras contingências ou destinadas a inverter em fins de interesse económico?
O que é que, destrinçando o utilizado em giro comercial e os créditos bancários em depósito, representa, na verdade, o fundo de maneio anualmente produzido e a utilizar eventualmente no desenvolvimento material do País?
Não se pode dizer ser impossível responder a estas questões, mas não é fácil fazê-lo, nem pelo que diz respeito a bancos, nem mesmo na parte tocante a certas caixas económicas, que, com manifesto prejuízo para elas, também exercem funções bancárias em alguns casos. No que se refere à Caixa Geral dos Depósitos já os números foram corrigidos na parte relativa a depósitos do Estado e bancários. Resta ainda o que firmas comerciais nela depositam para fins que ao comércio respeitara, o que é pouco, por motivos óbvios. De facto, a Caixa não exerce o desconto comercial, e pode dizer-se que muitas quantias levantadas a título de empréstimo, sobretudo no crédito à indústria, vêm a ser em parte, depositadas em bancos para ajudar a elevar a margem do desconto. Assim os números referentes a esta instituição de crédito devem, na verdade, significar poupança.
O exame da variação dos depósitos, distrito por distrito, confirma as previsões já atrás formuladas de dificuldades no Minho. Os únicos distritos no continente e ilhas em que houve decréscimo de depósitos de poupança, na Caixa Geral de Depósitos, foram os de Viana do Castelo e Braga. No resto todos os distritos progrediram, uns mais do que outros, mas sempre com certo interesse. Continuam a sobressair facilmente do conjunto os distritos de Aveiro, Coimbra, Viseu e Santarém, nalguns dos quais o aumento de depósitos de poupança ultrapassou 15:000 contos.
Nos bancos deu-se, como era de esperar, grande acréscimo no total de depósitos; mas foi quási todo em Lisboa e Porto. No aumento de 1.094:000 contos, 978:000 foram depositados nestas duas cidades, o que denota na verdade a sua natureza comercial.
Outras caixas económicas aumentaram em pouco mais de 50:000 contos os seus depósitos, quási tudo também em Lisboa e Porto.
Nas ilhas fenómenos diversos, resultantes da crise económica, tiveram como consequência grande baixa de depósitos nos bancos e caixas económicas, no total de 107:950 contos, que não puderam ser contrabalançados pelo acréscimo de 9:600 contos na Caixa Geral de Depósitos. Deve esperar-se que seja isto fenómeno anormal proveniente de contingências de vária natureza, mas das tendentes a enfraquecer a economia das ilhas, como sejam os impedimentos à emigração, o desemprego na América do Norte, as dificuldades de transferência, a impossibilidade de colocação de certos produtos a preços razoáveis e ainda os alarmes que afrouxaram a forte