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12 DE FEVEREIRO DE 1942 206-(43)

Se se compararem as despesas ordinárias de 1940 com as do ano anterior, verifica-se que os aumentos se deram na construção de estradas e pontes, mais cerca de 4:300 contos, havendo o importante decréscimo de 10:500 contos na grande reparação.
Não é fácil deduzir dos números as causas desta sensível diferença, havendo, como há, obras de larga envergadura a executar.
Deve em parte atribuir-se às incertezas da guerra, ao aumento de materiais e à paragem de algumas empreitadas. Dada a importância deste serviço, é de esperar que não se demore a continuação de obras que já estavam em curso. Disso só resultará benefício para o público e para o Estado.

52. As receitas extraordinárias cobradas elevam-se a 56:065 contos, e gastaram-se inteiramente, além de 87 contos que vieram de saldos anteriores. Pode exprimir-se assim o seu movimento, em contos:

Despesas extraordinárias

(Ver tabela na imagem)

Como em 1939, foram pagos por esta conta 56:065 contos, e ainda ficou saldo para despesas futuras.
Nota-se o desaparecimento da verba para estradas de turismo. Na realidade houve apenas uma transferência para urbanização.
São estas, em súmula, as variações, nas verbas orçamentais e nas contas, das receitas e despesas do ano agora sujeito a análise.
Na despesa ordinária houve menor movimento se se tiverem em conta os pagamentos - o que pode não corresponder à realidade, visto estes exprimirem apenas liquidações em épocas estatuídas nos contratos das obras; nas despesas extraordinárias houve considerável intensificação de trabalhos pelas razões que adiante serão mais minuciosamente analisadas.
Continua o trabalho da construção de novos estradas conforme o plano geral. Este ano, em relação ao anterior, pagaram-se mais 2:300 pontos.
A reconstituïção da rede das estradas é uma das mais fecundas realizações da política encetada com o 28 de Maio, e teve início logo após êsse movimento. Tem prosseguido através dos anos. Dado o atraso do País, nesta matéria como em outras, era necessário grande somatório de trabalho para satisfazer às necessidades de muitas e ricas regiões do País. A zona central e sul das Beiras e parte do Alentejo necessitam ainda de muitas vias de comunicação, e por isso é de esperar que tanto na dotação dos serviços como propriamente na execução continuem as obras. É de prever que logo que estejam concluídas as duas vias englobadas na rubrica «Urbanização», abaixo discutida, se acentuem os trabalhos nas novas estradas incluídas no plano geral.

53. Já em anos anteriores se fizeram comentários sabre a estrada marginal e o viaduto de Alcântara e a auto-estrada.
Foram despendidas este ano, nestas duas obras, as verbas seguintes, em contos:

(Ver tabela na imagem)

Há uma ligeira diferença nos números relativos a 1939, que resultou de correcções feitas ulteriormente.
Dado o interesse que estas obras têm despertado, convém esclarecer o custo de cada uma.
A estrada marginal foi aberta ao público em 1940, mas os trabalhos continuaram durante 1941 e não devem ainda estar terminados este ano. O custo total há-de ser naturalmente muito caro em comparação com outras obras deste género. Até fins de 1940 já haviam sido gastos 41:120 contos, só pela dotação da Junta Autónoma de Estradas. Mas a esta importância deve acrescentar-se o que já foi pago pelo Fundo especial de caminhos de ferro, por virtude da ripagem da linha do Estoril, e outras verbas de menor valor.
Até 31 de Dezembro a despesa da Junta Autónoma de Estradas pode decompor-se assim, em contos:

(Ver tabela na imagem)

o próximo ano se darão os números respeitantes a 1941, os quais ainda não serão definitivos. A auto-estrada e o viaduto de Alcântara são duas obras distintas que, em conjunção com uma avenida em Lisboa, constituem propriamente os trabalhos da chamada auto-estrada, ou com ela relacionados.
Também sôbre esta obra se fizeram já referências no ano anterior. O seu custo é necessariamente elevado, não só devido à natureza geológica da região situado, para lá do vale de Alcântara, como também às dificuldades encontradas no sítio em que foi resolvido implantar o viaduto.
Os trabalhos para construção deste têm sido morosos e muito difíceis, e, se não fora o cuidado e zelo de funcionários técnicos da Junta, possivelmente se teria já perdido parte das verbas gastas.
Empreendimentos desta natureza não se constróem em fundações como as do vale de Alcântara, nó local escolhido, sem cuidadosas e demoradas investigações geológicas. São obras pesadas, sujeitas a contingências que é preciso prever antecipadamente. Se foi qualquer motivo artístico que levou à escolha do local, não parece ter sido feliz essa escolha na opinião de muita gente.
Até 31 de Dezembro de 1940 haviam sido gastas os verbas seguintes, em contos:

(Ver tabela na imagem)