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288-(72) DIÁRIO DAS SESSÕES - N.º 182

Junta Autónoma de Estradas, em pouco tempo revolucionaria a vida local. Permitiria, não apenas o desaparecimento em grande número de freguesias das tradicionais fontes de mergulho, que tantos males têm trazido às populações rurais, mas, pode talvez dizer-se com afoiteza, seria também suficiente para ligar a estradas todas as cabeças de freguesia. Auxiliaria profundamente a movimentação económica da actividade local, e muitos produtos que hoje se não aproveitam, por não valer a pena ir vendê-los à cidade ou à vila, ou até à aldeia, escoar-se-iam com maior facilidade.
Há concelhos no País que sofreram grandes transformações pelo simples facto de ter sido construído o caminho vicinal, e quem atentar na vida económica de muitas aldeias de há vinte anos para cá, e se der ao trabalho de compará-la com a de hoje sente, necessàriamente, sem maiores indagações, a influência e a importância do melhoramento que, no intervalo, foi introduzido. É a escura casa agora rebocada e branca, coberta de vermelha telha onde anteriormente havia colmo apenas, a alegrar o verde dos pinhais, com a ferida sangrenta a escorrer a resina valiosa, que outrora se perdia como valor económico. É a rua de novo calcetada, antigamente coberta de mato ou a formar regueiras e barrancos que as enxurradas e as rodas dos carros cavavam cada vez mais fundos. São os produtos locais, os frutos, as castanhas, as madeiras, as nozes, os figos, que secavam, bolorentos, nas arcas ou eram consumidos em estado de putrefacção, muitas vezes pelos poucos animais domésticos. São os instrumentos de lavoura mais aperfeiçoados, o lagar com a prensa hidráulica, onde antigamente existia a pesada e ineficiente vara de sobreiro ou azinheiro. É a maior valia da cortiça, porque paga menor frete, e do carvão vegetal, que pode ser transportado em automóveis de carga. São outras pequenas coisas melhor aproveitadas, que outrora formavam desperdícios valiosos, perdidos na ignorância ou insuficiência de uma actividade estagnada, sem incentivos, a usar os mesmos processos de trabalho, os mesmos costumes, rotineira, atrasada de séculos.

114. As verbas utilizadas pelos serviços provêm do Fundo de Desemprego e de dotações inscritas no Orçamento Geral do Estado, nos dois capítulos das receitas ordinárias e extraordinárias.
Dividem-se por melhoramentos urbanos e melhoramentos rurais. As quantias concedidas para os primeiros tom sido bem maiores que para os segundos, um pouco por esta tendência local de embelezar as cidades e porque na verdade eram bem atrasadas as condições em que viviam muitas delas em matéria de arruamentos, higiene e abastecimento de águas.
As verbas gastas em 1946 foram as seguintes:

[Ver Tabela na Imagem]

O trabalho que esta Direcção Geral está a levar a efeito, se continuar no ritmo previsto para os próximos anos há-de naturalmente produzir os seus resultados. Mas já noutro lugar deste e de outros pareceres se acentuou que ele precisa de ser completado por medidas tendentes a defender as obras que se executam, como nos casos das fontes. Os serviços de saúde têm por isso de aproveitar o esforço realizado e publicar disposições com essa finalidade porque de contrário é em pura perda o dinheiro gasto.
A verba de 83:461 contos foi distribuída por todo o País do modo que segue:

[Ver Tabela na Imagem]