4488 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 185
conta que aquele cereal foi obtido através da negra espoliação feita à Roménia, Hungria e Bulgária.
2.ª fase - A propaganda segue os produtos enviados. Sob o pretexto de dar uma assistência técnica (por exemplo, para o funcionamento de máquinas), equipas de especialistas soviéticos ou chineses instalam-se no país. Assim, de Janeiro a Junho de 1957, 2000 técnicos soviéticos e chineses instalaram-se, desta forma, em países não comunistas. Todos estes técnicos são filiados no partido e são também especialistas de propaganda.
Além disso, existem nestas equipas de técnicos agentes dos serviços secretos. Os «técnicos» rapidamente, procuram lançar as bases de um partido comunista local, se ele não existe, ou desenvolver o que existe, ou ainda estruturar um movimento neutralista (fundando, por exemplo, uma associação de amizade com a U. R. S. S.). Não se esquecem igualmente de estabelecer os primeiros elementos de um serviço de espionagem.
3.ª fase - A tarefa seguinte consiste em impelir o país assim infiltrado para a rotura com o Ocidente e para o «neutralismo positivo», o que significa conquista para o inundo soviético.
Para esta fase final usam-se três métodos:
a) Primeiramente os técnicos são levados a Moscovo e a Praga Centenas de jovens seguiram estudos técnicos pata serem doutrinados ou, ainda, para serem transformados em especialistas de subversão.
Existem escolas deste último tipo em Moscovo, em Varsóvia e em Praga. A mais conhecida é a desta última cidade que funciona num bairro periférico da capital da Checoslováquia, onde jovens africanos recebem uma formação revolucionária. Cada curso é frequentado hoje por cerca de 200 estudantes africanos e dura dois anos, os alunos recebem um subsídio mensal elevado. As lições são dadas em francês, inglês, árabe e vários dialectos africanos Além da preparação dos propagandistas comunistas africanos outros «especialistas» são formados nestas escolas. Trata-se de técnicos industriais, de cineastas, de radiotelegrafistas, principalmente, que estudam os dialectos, nestes estabelecimentos com vista às missões que lhes serão designadas em África.
b) Em segundo lugar os Sovietes fazem uma enorme propaganda em torno da mais pequena realização que efectivam, ou do mais pequeno tratado que assinam, enquanto os Ocidentais em geral, não fazem a mínima publicidade sobre a sua actividade, que é, de longe ainda mais importante. Graças a esta orquestração, os comunistas dão a impressão, na opinião pública mundial, de que buo eles os únicos que são capazes de trazer uma ajuda eficaz, e esta opinião pública faz de facto pressão efectiva nos governos dos povos subdesenvolvidos.
c) Enfim, se as trocas comerciais adquirem um certo volume, a U R S S não hesita em proceder a uma verdadeira chantagem. Assim, a Jugoslávia teve a imprudência de desenvolver em excesso as suas trocas comerciais com a Rússia e satélites 37 por cento do seu comércio externo fazia-se, em 1957 com os países do bloco soviético. Em Maio de 1958, como Tito não se resolvesse a inclinar-se perante Kruschtchev e reconhecer a tutela do Partido Comunista da U R S S , os Sovietes cessaram as suas entregas e as suas compras, apesar de acordos regularmente assinados, decidiram, unilateralmente adiar, por cinco amos, a sua aplicação e criaram deste modo enormes dificuldades económicas à Jugoslávia.
Por fim não nos devemos esquecer da penetração cultural do XX Congresso do Partido Comunista da U R S S Mikoyan criticava o Instituto do Oriente da Academia das Ciências da U R S S , que, segundo ele, se encontrava adormecido, enquanto que o Oriente despertara.
Críticas análogas foram feitas contra os estudos africanos da U R S S. O conjunto destes serviços foi depois reorganizado, de forma a servir melhor esta estratégia de penetração política do comunismo.
Em Novembro de 1957, por exemplo, o Prof. Potekine, um dos especialistas mais conhecidos de questões africanas da Universidade de Leninegrado, pronunciava em Ghana conferências sobre a constituição da U R S S , sobre o materialismo histórico, etc. O conjunto dos estudos africanos da U R S S é orientado para o «movimento da libertação dos povos» e procura formal pessoal de que a U R S S tem necessidade para se infiltrar nestas regiões e influenciar os intelectuais e os estudantes destes países.
Moscovo e Pequim ligam maior importância, porém à aliciação da geração que sucederá à dos actuais actuais dos países subdesenvolvidos.
A este respeito devemos acentuar que esta preocupação já não é de agora. Na Fiança, na Inglaterra, na Bélgica, os partidos comunistas locais manifestaram sempre especial interesse pelos estudantes ultramarinos matriculados nas Universidades metropolitanas, especialmente os de raça negra.
Em Paris podia afirmar-se, até há pouco tempo, que todas as associações de estudantes ultramarinos, e são relativamente numerosas, ou se encontravam nas mãos dos comunistas, ou, perigosamente, infiltradas por eles. Por outro lado, os professores comunistas das escolas superiores francesas dedicavam especial carinho a estes estudantes coloniais. Um grande número deles, ao regressarem à sua terra natal, eram e são, pura e simplesmente, utilizados como agentes comunistas ou então, pelo menos, manifestam grande simpatia pelas doutrinas marxistas. É revelador o facto de bastantes leaders políticos e sindicalistas dos territórios africanos franceses, ingleses ou belgas conhecidos pelas suas simpatias comunistas, terem sido estudantes metropolitanos.
Actualmente vários milhares de estudantes africanos e asiáticos conseguem bolsas de estudo para as Universidades da U R S S, da Checoslováquia, etc.
Um dos instrumentos mais activos nesta penetração culturul soviética junto dos estudantes dos territórios africanos é a União Internacional dos Estudantes bem como a Federação Mundial da Juventude Democrática. Sob o patrocínio destas duas organizações, satélites do comunismo internacional, têm lugar incessantes viagens de emissários soviéticos aos países de África e de estudantes africanos à Rússia e à China.
Estas duas organizações satélites organizam festivais da juventude e dos estudantes, sendo uns dos últimos os de Moscovo e de Viena, particularmente dedicados aos jovens de África e da Ásia As viagens foram ou totalmente pagas ou facilitadas pelo Governo Russo e sempre submetidas a eficaz planeamento.
Também os acordos assinados com a U R S S e com a China Vermelha incluem cláusulas culturais. Assim, os acordos assinados por Nasser previam o envio, em cada ano, para a U R S S de 900 missões compostas por estudantes e professores, trocas permanentes de professores, o ensino do russo no Egipto e na Síria e a abertura no Cairo de um Centro de Informações Científicas Soviéticas
O mesmo se está a passar no Iraque.
Esta política está já a dar, como era de prever, os seus frutos. As associações de estudantes de vários países árabes (Iraque, Suécia etc.) são hoje, pràticamente, comunistas. Por todos estes meios e por outros - venda de