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878 DIÁRIO DAS SESSÕES N.º 49

O sistema actual funciona deficientemente, e sobretudo não pode funcionar suficientemente perante as formações da economia mundial, o desejo de intensificação de relações e de melhoria, de vida, na maioria dos povos que nos avassalam na O. N. U.
No meio de mudanças de toda a ordem, o ouro permanece ã pedra fundamental deste xadrez, mas não trabalha sozinho. Hoje é acompanhado por grandes stockagens de dólares, em regra, às vezes de libras, que ouro são apenas porque ouro valem.
Mas políticos, banqueiros e negociantes servem-se ainda de títulos de primeira ordem, de fácil venda, estavelmente cotados, para reforçar as suas reservas e coberturas e até de existências rapidamente negociáveis.
Muitos bancos, muitas tesourarias, têm procurado reforçar a sua posição e aumentar as suas coberturas, como acontece com o nosso banco emissor.
Procura-se por virtude de tudo isto - colaboração internacional, tecnicidade, câmbios estabilizados e um crédito mais folgado.
Procura-se reforçar a liquidez oficial e a liquidez particular.
E mais difícil será passar além, ainda, assentando ou permitindo novos créditos, e obtendo superior liquidez e cobertura das novas necessidades.
Primeiro, hão-de vencer-se os desequilíbrios das balanças americanas e inglesas.
Depois, ter-se-á de montar uma coordenação estreita e urna fiscalização geral ad hoc, o que «parece trabalho de navegação quando os mares estavam por descobrir. Mas, enfim, esforço e mais esforço orientados teoricamente hão-de ser feitos.
Além disso, todos querem mais e. porque todos querem mais, também reclamam melhor.
Os dez ministros, o Clube dos 10, para eliminarem os desequilíbrios das balanças e melhorarem o sistema, querem, em vez de rarefacção de divisas, abundância, melhor funcionamento das liquidações, a organização de um plano de vida internacional para conservar as reservas, um sistema capaz de criar reservas adicionais e responsabilidades particulares. Tudo isto, porém, teria de funcionar sem inflação.
Assim, há problemas técnicos, problemas políticos, as discussões continuam, as reuniões sucedem-se, o problema vai avançando e parece já ninguém desejar ulterior liquidez para acelerar o desenvolvimento., pensando-se, assim, diferentemente do que se entendia de princípio.
Abrindo, em todo o caso, horizontes aos poderes de compra recíprocos, alargando o domínio do crédito e assegurando aos negócios facilidade e prontidão, vários organismos trabalham e gizam, à procura de um regime isento de defeitos e correcto - o Fundo Monetário Internacional, a O. C. D. E., o Banco de Desenvolvimento e grupos de estudo e técnicos, entre eles o Grupo dos 10.
Portanto - repito -, maior liquidez, maior segurança, melhores reservas e sobretudo mais espalhadas, flexibilidade, para superior crédito e disponibilidades.
Já vai ser mais difícil evitar faltas, inferioridades e câmbios tontos que desafiam a acção dos governos e que surpreendem os meios económicos.
Por agora, fica-se na elaboração de um plano internacional de stocks e de reserva de divisas.
Esperando-se muito da cooperação dos Estados para encontrar, sem demora, uma solução para o problema da liquidez internacional.
A reunião da Haia. de Julho deste ano, não vai muito além do que deixo dito:
Progresso possível na adaptação das balanças de pagamento ao princípio da colaboração!
Sistema monetário sem choques, que traga estabilidade e inspire confiança!
Criação de reservas internacionais suplementares, tanto em ouro como em divisas!
Planificação de medidas com base, agora, nas necessidades mundiais.

Em suma - nada de novo na face do planeta!

A Europa Unida:

Nos meios políticos e parlamentares, uma fórmula de reorganização está agora encontrando apoios substanciais, impressionando convicções próximas das representações nacionais e ditando já tentativas e até movimentos francos de entendimento e de cooperação para se chegar a um mercado único europeu de 300 milhões.
Esta fórmula com desmesurada- expressão nos ângulos financeiros e económicos é a de uma Europa Unida.
Desde a Idade Media que esta Europa vive retalhada, convulsa, usufruindo raros momentos de paz, numa história ditada pelo ferro e pelo fogo e pela truculência dos seus dirigentes rivais. As suas tragédias cresceram nos últimos 90 anos de guerras e destruições mais que mortíferas.
Todavia, quando se fala em Europa Unida é sòmente referida a de Oeste, a de valores, cristãos, que espera a reunião das duas fatias dos Seis e dos Sete em que actualmente se divide.
O facto de o comércio internacional ter aumentado enormemente em cada uma das metades, sem progredir no conjunto, tornou-se uma razão mais que forte para ponto de partida.
A Inglaterra, cuja posição não é simples, nem simplista, pelas suas ligações interessadas à Comunidade e, sobretudo, às economias ultramarinas, fornecedoras de produtos primários e de matérias-primas, mostra-se ansiosa por entrar no Mercado Comum, vendo aí solução de dificuldades e manancial exuberante de vantagens, capacitada assim para fazer frente a parte das suas crises.
Chama-se isso explorar uma possibilidade que lhe permitirá participar na vida económica da Europa e adoptar compromissos do Tratado de Roma.
Alguns se opõem à entrada singular desse país isolado insularmente; muitos recomendam que se faça acompanhar de outros parceiros da E. F. T. A., porque sozinho encontrará fechadas as portas:
Os Americanos abençoam :esta união europeia e entendem que, em face de uma federação grandiosa que comportaria pelo menos em aliança íntima a América do Norte e o Canadá, haveria uma Europa dinamizada, poderosa, mais solidária, capaz de falar com eles de igual para igual, e assumir responsabilidades mais corajosas do que as de uma Europa dividida, fragmentada e sem um querer resoluto como os tempos impõem.
A Inglaterra, pelos seus homens públicos e representativos, faz um esforço enorme para entrar no Mercado Comum, vá acompanhada ou siga sozinha. Mas a recepção não tem sido brilhante; porém, é certo que as reacções desafrontadas não desanimam os propugnadores.
A E. F. T. A. foi criada como uma associação de livres trocas, onde a própria liberdade mercantil significava igualdade dos seus parceiros.
Entendo eu, portanto, igualdade do mesmo grau.
Os seus benefícios cresciam rapidamente de 1964 para 1965 e corresponderam a altas apreciáveis de crescimento económico.
Desde a reunião de Viena, onde surdiram vários chefes de governo, que se espera pelo movimento duplo de integração europeia e de intensificação da cooperação.